Professora Gracilene - 1º Ano
1ª etapa
Organizei uma roda de conversa, falei que
durante alguns dias realizaríamos algumas atividades de sequência de listas,
explicando que no final iríamos preparar uma mesa de frutas para degustação.
Para iniciar a sequência pedi que cada um falasse a sua fruta preferida,
conforme iam falando e eu registrava em um cartaz, que denominamos “O cartaz de
frutas preferidas da turma”.
Logo após, fiz os seguintes questionamentos: Como está organizada a lista que acabamos de
escrever? Obtive várias respostas.
Mas minha intenção era que eles notassem a organização de uma lista, e o aluno
Kaio logo identificou uma de suas características dizendo “a lista está organizada com um nome embaixo do outro”. Porém no meio de nossa observação o aluno Kaiky
comentou “a lista é para não se perder”,
em outras palavras ele quis dizer que a lista é uma organização que ajuda a não
se esquecer do que vai fazer.
Convidei os alunos para observar a lista de
nomes próprios e de frutas que estavam expostas na sala e perguntei: qual a diferença
da LISTA DE FRUTAS para a de NOMES PRÓPRIOS? A aluna Heloisa observou e disse
que a lista de nomes próprios está em ordem alfabética, já a lista de frutas
não.
Minha intenção é que eles percebessem a
diferença entre a lista de nomes e de frutas. Tendo como objetivo levar os
alunos avançarem em seus conhecimentos, despertando a capacidade e o desejo da
escrita, ampliando o repertório de palavras já conhecidas.
2ª etapa:
Retomei a aula anterior sobre a lista de
frutas que elaboramos e disse neste dia iríamos conhecer outra lista. Iniciei a
aula falando que tinha em mãos uma lista de material escolar (BORRACHA,
CADERNO, COLA....), e em dupla teriam
que ler quais materiais estavam escritos na
lista. Passando pelas duplas percebi que várias crianças utilizavam da letra
inicial e final para justificar sua leitura. A aluna Ingrid leu a palavra COLA,
olhando para sua lista ficou contente quando a encontrou, me disse encontrei
COLA! Ainda circulando pelas duplas me deparei com um problema dos
alunos Nathan e Vitória, ambos
liam no lugar de BORRACHA, BANANA, foi o que me levou a retomar com os alunos
que a lista que estava em suas mãos era de MATERIAIS ESCOLARES, mesmo assim,
eles insistiam em nome de frutas, mas quando perguntei a eles o que trazem na
mochila? Foram recordando e encontraram a palavra LÁPIS, depois
rapidamente a palavra CADERNO e assim por diante. Foi muito interessante esse
momento, pois pude evidenciar que realmente quando oferecemos condições
didáticas, são capazes de produzirem melhor sobre os desafios que propomos.
Em seguida convidei três duplas para expor
suas opiniões. A primeira dupla encontrou uma palavra, convidei a ir até a
lousa para escrever qual foi a palavra encontrada. A aluna Ingrid disse: “APONTADOR” escreveu na
lousa e falou que é CADERNO. Perguntei
a ela porque ali estava escrito CADERNO: ela me disse porque começa com A e
termina com R. Notei que buscam se apoiar às vezes pelo som de letras iguais
que contém em determinadas palavras, mesmo sem saber ler convencionalmente.
O aluno Gabriel falou todas as palavras e
quando perguntei a ele por que ali estava escrito APONTADOR, BORRACHA,
entre outras, ele disse que sua
amiga o ajudou, então, fui até a mesa perguntei como chegaram a essa conclusão
e a aluna Maria Eduarda falou: “está escrito, apontador, borracha, caderno,
lápis, cola”. Maria Eduarda justificou utilizando as letras iniciais.
Percebi que diante dos questionamentos buscaram apoio nas iniciais das palavras
e assim usaram de estratégias antecipação e verificação.
3ª etapa
No dia seguinte organizei a sala em duplas e
explique que tinha em mãos uma folha com listas variadas e fiz a leitura para
eles: Lista de compras, sabores de sorvete, material escolar e profissões. Pedi
que encontrassem a lista de sabores de sorvete, logo após convidei alguns para
exporem suas opiniões. A dupla Kaio e Ingrid rapidamente identificaram o sabor
morango. Questionei como chegaram a essa conclusão? Kaio disse que morango
começa com M e termina com O, já a dupla João e Cinthia encontraram dois
sabores LARANJA e BANANA. Questionei por que ai estava escrito a lista sabores
de sorvetes. A dupla disse que na palavra laranja tem L e A que forma LA e
termina com JA e na palavra banana
os dois últimos pedacinhos são iguais. Observei que ampliaram seus
conhecimentos mesmo sem saber ler convencionalmente, buscando estratégias de
leitura. Meu maior propósito além de
incentivá-los a utilizar o uso das estratégias diferenciadas de leitura, com
intuito de se familiarizar com o
gênero listas e apropriarem-se de suas características.
Continuando a sequência didática, conversei
sobre passeios em lugares que servem lanches na cidade, assim perguntei se iam à lanchonete.
Disseram que sim e que até liam com os pais, os cardápios oferecidos, então
falei que tinha trazido um folder de uma lanchonete onde tinha várias listas de
PIZZA, SANDUICHE, SUCOS, REFRIGERANTE, e pedi para eles lerem e localizar onde
estava escrito a lista de suco. O aluno Erick encontrou a lista de suco, então,
perguntei a ele porque ali estava escrito suco e ele me disse: SUCO começa com
SU e termina com O e até identificou CAJU, perguntei a ele porque ai esta escrito
caju, me disse: CAJU esta escrito no meu livro em seguida pedi que a aluna Julia lesse para a turma a lista
de sabores de pizza. Pude
perceber que os alunos buscam estratégias de leitura com entusiasmo e quando
lhes é oferecido condições e que faz parte do seu cotidiano, conseguem ampliar
seu repertório de palavras.
Na
sequência, pedi aos alunos
alfabéticos que escrevessem alguns sabores de pizza e eles conseguiram escrever. Trouxe também
uma receita do modo de fazer uma pizza, li e pedi para os mesmos escreverem. Dessa
forma, apresentei mais um desafio: pensar na organização desse texto.
4ª
etapa
Para propor momentos de reflexão sobre o
sistema de escrita, organizei os alunos em duplas e perguntei quem se lembrava da
fruta preferida da Heloisa, logo alguns responderam que era ABACAXI. Em seguida entreguei
o alfabeto móvel para montarem o nome da fruta. Passando pelas duplas notei que
os alunos Ana e Emanuel, estavam com dúvidas para encaixar as letras corretas. Emanuel montou ABAKA
a Ana veio e modificou usando a letra C, logo Emanuel completou com sílaba XI,
sem questionamento. Logo após, pedi que relembrassem a fruta preferida da
Nayara (PERA) solicitei que montassem com alfabeto móvel, depois
convidei alguns alunos para
escreverem na lousa. O aluno Matheus, escreveu PEA, em seguida convidei o aluno
Kauã, que escreveu PACA. Então, questionei porque a escrita dele estava
diferente da escrita do colega, e ele justificou que havia acrescentado letras
que o colega não tinha colocado. Pude
perceber o quanto essa atividade despertou nos alunos o interesse e
aprendizagem pela escrita, interagindo com colegas de forma prazerosa e assim
tomando decisões da própria escrita.
5ª etapa
Organizei
uma roda de conversa para relembramos as frutas preferidas da turma, ao
iniciar, o aluno Erick rapidamente disse que se lembrava das frutas de quase
todos os colegas. A aluna Geovanna disse que gosta de maçã, logo o Erick falou:
antes você disse que gostava de BANANA. Então, Geovanna disse: realmente era BANANA
é que eu havia me esquecido.
Em
seguida propus uma atividade de tarjeta, explicando que eles teriam que
identificar algumas frutas que estavam escritas na tarjeta,
que apenas a letra inicial ou final estaria à mostra. O objetivo dessa
atividade foi de levar os alunos a se expressarem e organizarem suas ideias
sobre o que está escrito.
6ª etapa:
Inicie
aula explicando que alguns alunos iriam escrever uma lista de ingredientes para
fazer a pamonha, e outros teriam que escrever o modo de fazer a pamonha
(alfabéticos). Essa etapa foi para avaliar o aprendizado dos alunos depois da
realização da sequência didática.
Em seguida, organizei uma mesa de frutas para
degustação, em que os mesmos puderam saborear.
Avaliação
—Observei através do diagnóstico que os alunos avançaram significativamente de hipóteses de
escrita, alguns alunos permaneceram na mesma hipótese, porém avançaram na
representação da escrita e linguagem do gênero.
Autoavaliação
Foi gratificante desenvolver esse trabalho,
uma vez que me encontrava perguntado o que fazer para que meus alunos avancem
neste primeiro ano que atuo na turma de alfabetização. Aprendi que é necessário
dedicação ao executar algo desejado de forma prazerosa, com assiduidade e
comprometimento profissional, de formar a alimentá-las com boas condições
didáticas. É importante que o aprendizado dos alunos seja priorizado, através
da busca de novos conhecimentos dos educadores, tendo como subsídio a Formação
Continuada.
Ao fazer uma análise dos registros e comparar
o diagnóstico inicial e final, conclui que os alunos a cada etapa evoluíram com
as atividades propostas e assim me fez refletir o quanto é importante registrar
passo a passo cada etapa da sequência, bem como oferecer condições adequadas de
acordo com a necessidade de cada aluno.