sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Relatório da tematização da prática

Coordenadora: Eliane de Araújo Teixeira Escola Ireno Antônio Berticelli

Em25 de Agosto de 2011 convidei a professora Vera Lucia Kottido 2º ano B para assistir ao vídeo de sua prática a fim de refletir sobre ela.

Antes de chegar assistir ao vídeo passamos por alguns processos:

1º convite à professora – convidei a professora para realizar a filmagem. Expliquei para ela que a intenção da tematização não era de avaliação seu trabalho, sim aprendermos juntos de modo que poudesse aperfeiçoar sua práitca. Expliquei que essa tarefa foi solicitada na formação do Programa Além das Letras a qual participamos, e até que as aprendizagens cheguem aos alunos é preciso tanto eu quanto ela estarmos nos formarmos. Após apresentar minha proposta e ela aceitar, solicitei que a professora escolhesse quatro alunos para fazer a filmagem.

2º Planejamento - Foi feito um planejamento juntamente com a professora para a filmagem utilizando critérios que antes não eram considerados como:

Na escolha das palavras deixei que a professora escolhesse os nomes das frutas para ver se a ela teria assimilado o conteúdo antes discutido. Palavras escolhidas pela professora: JABUTICABA, MARACUJÁ, ACEROLA, MORANGO, CAJU E UVA. Penso que foram boas palavras escolhidas por ela.


Análise da coordenadora com a formadora do vídeo da professora Vera
Após a filmagem a formadora Claudiene e eu, na visita de supervisão, analisamos a prática da professora através do vídeo para fazer algumas pontuações:
O que a professora sabia - A professora apresentou saber que é importante a escolha de um grupo semântico sendo do polissílabo ao monossílabo. Nas intervenções solicita a leitura do aluno após a escrita de cada palavra.
Pontos a aperfeiçoar - A professora marcou uma hipótese a menos. Exemplo a aluna Jessica estava na alfabética e ela colocou que estava na hipótese silábica alfabética. Assim definimos que esse seria o foco de discussão com a professora, pois precisava mudar essa prática tão comum na escola, de “desconfiança” da hipótese de escrita em que as crianças se encontram.
Essa reflexão foi importante para mim enquanto coordenadora, pois ainda não tinha me atentado para essa questão. Com essa reflexão junto à formadora aprendi que se colocarmos uma hipótese a menos as atividades não terão desafios para as crianças e os agrupamentos não seriam produtivos além de acontecer uma certa desvalorização dos conhecimentos dos alunos.

Tematização da prática da professora


Após ter feito a filmagem e assistido com a formadora local convidei a professora para assistir ao vídeo.
Ao sentar com ela pedi que observasse a escrita dos alunos e pontuasse o que ela percebia em suas escritas. Ela disse que a aluna Raissa coloca letra para cada sílaba com o som correspondente. Perguntei que hipótese então é essa? Me disse que era o que havia marcado silábica sem valor sonoro, pois algumas palavras ainda não estava com valor sonoro. Para aluna Jessica ela me disse que ela escreve quase tudo certo apenas troca as letras pela maneira como fala. Exemplo em vez de escrever ACEROLA escreve como fala ACELOLA. Durante a conversa chamei atenção para os conceitos de cada hipótese e também para algumas marcações de hipótese semelhante às escritas das crianças e perguntei se olharmos para marcação que fez e pensando nos conceitos, Raissa estaria na hipótese S.S.V.S.C e Jessica estaria na hipótese Silábica Alfabética como havia marcado? Ela me respondeu: olhando assim não, mas é que uma hipótese a menos me dá mais segurança. Conversamos muito sobre a importância de marcar a hipótese tal como ela é para assim termos mais eficiência na elaboração das atividades a serem desenvolvidas em sala de aula e nos agrupamentos. Percebi que a professora já não pensava mais do mesmo jeito. Sei que nossas reflexões mexeu de alguma forma com ela, mas percebo que as mudanças são lentas que ainda precisa assimilar bem esse conteúdo para ter mais segurança ao analisar as escritas de seus alunos.

Quanto a fase a menos dos alunos estou conversando durante o planejamento, nas formações e durante a análise de atividades desenvolvidas em sala. Como coordenadora pedagógica sempre estou conversando durante o planejamento ajudando minhas professoras a colocar o que estamos discutindo nas formações na prática.
Reflexões da coordenadora como era o processo da realização do diagnóstico na escola antes da formação com o conteúdo leitura e escrita pelo aluno
Ao participar do 2º encontro de formação do Programa Além das Letras com conteúdo leitura e escrita pelo aluno me preocupei sobre o conceito que tinha referente à escrita dos alunos. Outra coisa que me causou preocupação também era a forma como era realizada os diagnósticos na minha escola, a ponto de não saber como iria falar para as professoras porque as sugestões de diagnósticos eram feitas por mim.
Os diagnósticos antes eram assim: a professora entregava uma folha em branco para os alunos. Os alunos colocavam a data e o nome deles. Em seguida a professora pedia que os alunos escrevessem algumas palavras, isso no coletivo, após terminar as escritas ela os chamavam na mesa para lerem o que escreveram depois recolhia as folhas para no momento do planejamento marcar as hipóteses das crianças.

Como coordenadora pedagógica pensava que estivesse certo, pois pensava que o diagnóstico era só para avaliar os alunos e essa era uma maneira rápida de saber as hipóteses das crianças para colocar no quadro de estatística.

Ainda no 2º encontro de formação quando a formadora Sandra nos convidou para uma análise de proposta de diagnóstico que continha:
1ª proposta era uma lista de um grupo semântico (frutas) formada por 12 palavras.
2ª proposta tratava-se de uma lista em que todas as palavras iniciavam com a letra B, nos levando a compreender que tratavam de palavras encontradas nas cartilhas.
3ª e 4ª proposta era de texto contínuos em que traziam estranheza para os alunos, principalmente os que estavam na hipótese com valor sonoro convencional que usam mais as vogais.

Veio a tona muitas coisas nessa análise, descobri que não sabia quase nada sobre a realização do diagnóstico. Fui notando que o diagnóstico não tem a função só de avaliar, foi onde compreendi que é uma ferramenta que ajuda a gente pensar em um planejamento com intenção de avançar os alunos no sistema de escrita e outra coisa que também aprendi é que o diagnóstico ajuda a acompanhar as aprendizagens dos nossos alunos. Hoje pensando na situação acima apresentada sobre o diagnóstico percebo a importância de solicitar a leitura sempre após a escrita, pois ela ajuda a interpretar os pensamentos dos alunos sobre a escrita, coisa que antes desconsiderava. Não solicitar a leitura após a escrita nos levávamos a marcar uma hipótese não verdadeira, recorríamos, mas as hipóteses pré-silábicas quando batia as incertezas ou uma menos. Assim percebi que precisava conhecer melhor como a criança constrói a escrita para ajudar as professoras a repensar sua prática.
E como tratar esse conteúdo na escola foi minha preocupação, pois muito das práticas delas era espelhadas na minha experiência.

Antes da formação na escola tive algumas angustias e recorri à formadora Claudiene, que coordena minha escola. Em uma conversa ela me tranquilizou quando disse que perceber alguns equívocos e abrir-se para novos conhecimentos já seria um avanço, e o que não poderia acontecer de agora em diante era a persistência no erro. As atividades que foram realizadas equivocadas servem para a gente refletir sobre a prática e pensar como melhorá-la, e que este era só começo de muitas reflexões a qual geraria muitas aprendizagens. Apresentei muitas dúvidas antes do encontro na escola que foi tirada aos poucos e nesse caminho descobri que precisava cada vez mais aperfeiçoar meus conhecimentos.