As professoras Irene
Amaral da Escola Pingo de Gente, Sônia
Ferreira da Escola Roberto Turbay e Raimunda Gracilene da Escola Chapeuzinho
Vermelho desenvolveram uma sequência didática de lista
com seus alunos ( 1º ano).
Nas etapas, além de
muitas situações de escritas, planejaram
situação de leitura para os alunos mesmo sem saber ler convencionalmente.
Parece estranho essa fala. Mas é isso mesmo!
O objetivo foi que os alunos que não sabem ler convencionalmente
ocupassem a posição de leitores, a partir do que já conheciam a respeito do assunto, buscassem recursos
para dar significado àquele texto, tentando antecipar o que ainda não conseguiam
decifrar.
Os registros
abaixo são recortes dos relatórios das professoras enviados para as formadoras
que ilustra um pouco de como foi o movimento.
Professora Irene - Iniciei a aula retomando a lista de
brinquedos, este registrado
em um cartaz. Pedi que eles localizassem no cartaz
de lista de brinquedos preferidoso nome previamente escolhido por mim. Esta atividade foi trabalhada coletivamente. Perguntei durante a atividade como eles conseguiram achar e a maioria me disse que era pela letra inicial e pela sua terminação. No coletivo percebi que muitos puderam traçar seus conhecimentos sobre o que estava escrito e ajudar os que ainda não apoiavam-se nas letras iniciais e finais. Percebi que o mais importante nessa atividade além de agirem como leitores foi a utilização das estratégias de leitura para descobrir o que estava escrito.
Já a professora Sônia comentou - quando pedi que meus alunos olhassem para lista de frutas e localizassem uma fruta dita por mim fiquei muito feliz porque eles corresponderam ao objetivo dessa situação, foi quando me dei conta que os alunos podem ler mesmo sem saber convencionalmente. Eu me encantei mais que eles, não por acertar a palavra que pedia, mas sim pelas ricas estratégias que utilizavam (letra inicial/final/nome do colega/ uma sílaba que conhecia...). Também suas justificativas foram importantes e contribuíram de algum modo para as crianças que ainda não usavam essas estratégias a vencer o desafio que propus em cada situação.”
Na turma de
Raimunda os resultados também foram interessantes - apresentei uma lista de
material escolar para eles e o desafio foi que eles olhassem para a folha em dupla e dizer quais palavras estavam na lista. Em uma dupla um lindo olhar de uma aluna quando achou COLA, começou então a se descobrir como leitora, logo disse “tou lendo” com um belo sorriso estampado no rosto. Em outra, como havia trabalhado a lista de frutas, a dupla lia no lugar de BORRACHA, BANANA, quando retomei falando que a lista era de material escolar. E perguntei: O que você traz na mochila para escola? Rapidamente me falou LÁPIS, e foi direto apontando onde estava escrito, depois descobriu caderno, e só foi alegria o reconhecimento dele como leitor. Estou muito feliz com essa prática e com os resultados que tenho alcançado como meus alunos.