quarta-feira, 29 de junho de 2011

Relato da coordenadora Flávia na formação do Programa Além dos Números

Segue abaixo um comentário feito pela da coordenadora no nosso último encontro de formação realizado no dia 22/06/2011. Ela descreve como foi que sua professora desenvolveu a tarefa sobre cálculos fáceis e difíceis.
“Percebi que algumas crianças recorriam à continha armada o algoritmo, quando a professora do 2º ano propôs em pequeno grupos para elas separassem os cálculos fáceis dos difíceis. Já outras utilizaram estratégias diferentes do comum para chegar ao resultado tais como:
No cálculo 100 + 35 – cheguei ouvir em um grupo, essa é fácil porque é só tirar os dois zero e acrescentar o 35.
No cálculo 50+49 – ouvi, depois do 49 vem o 50 então é 1, esse é fácil!
No cálculo 7 + 7 – ouvi uma criança de um dos grupos dizer esse é fácil porque é só colocar na cabeça 7 e somar com mais 7.
A atividade foi registrada em um cartaz, onde a professora discutiu questão por questão e solicitava os procedimentos que os pequenos utilizaram para que a ideia de um grupo pudesse a vir contribuir com as crianças que consideraram como cálculo difícil. Esta tarefa ainda está sendo desenvolvida. Porém as propostas serão outras a professora está procurando ampliar o repertório das crianças a partir do que foi considerado cálculo difícil pela turma. Também está utilizando alguns jogos para ajudar as crianças memorizarem alguns cálculos”

sexta-feira, 17 de junho de 2011

A descoberta

Texto retirado do último relatório de formação que aconteceu no dia 31/05/2011.

Muita coisa para aprender. Saindo da formação foi a expressão que no meu silêncio pude falar.

Minutos antes de finalizar a formação chegou um depoimento curto e simples sobre quando uma criança descobriu a diferença entre o desenho e a escrita.

Pedro com 5 anos já demonstra um interesse pela escrita, constrói suas próprias ideias, resolve problemas e cria suas conceituações. Menino esperto e sabido descobriu que para escrever, rabisco não precisa. “Mãe quero escrever seu nome assim, desse jeito aqui (referindo sobre a sua “escrita”) não dá para escrever seu nome mãe”.

Abre-se suavemente a cancela para o menino, que vibrantemente percebeu que para escrever é preciso letras. A secreta mediação que faz sobre os seus rabiscos e a escrita do nome da mãe de maneira convencional é uma nova perspectiva que renasce com imenso desafio, Pedro, já fez o desfecho que o desenho não representa à escrita, assim, ao fazer essa distinção passou compreender que a escrita substitui e não reproduz algo, assim foi capaz de resolver o primeiro problema que havia colocado para si.

Incutir em um grande esforço intelectual na construção de formas diferentes de escrita será um outro grande desafio que ele colocará para si. Surgirá então descobertas que algo para ser lido não basta só ter letras, o que exigirá cumprir dois critérios: quantidade suficiente de letras e respeitar uma variedade interna de caracteres. Depois de resolver este problema tentará fazer coincidir a escrita e o enunciado oral, onde se colocará em outro problema a ser revolvido. Até escrever alfabeticamente passará por um processo de elaboração de hipóteses, resolução de problemas que ele mesmo se colocará no qual antigos saberes vão dando lugar a novas formulações.

Isso me fez pensar que as crianças são curiosas e envolvem com entusiasmos em situações que as desafiam, só precisam de oportunidades de observar e reelaborar suas representações sobre a escrita, serem colocadas em situações em que possam saber o que, para que e para quem escrevem.

Grandes descobertas fez Pedro!