quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Ler mesmo sem saber ler convencionalmente - Relatório do 3º encontro de formação ADL

Iniciamos o encontro com a retomada das aprendizagens ocorridas no encontro anterior. Questões disparadoras: o que aprendemos sobre as experiências a serem propiciadas às crianças ao que tange os conhecimentos do ler mesmo sem saber convencionalmente?Na formação com os professores: como foram essas discussões? Entenderam que a criança pode ler mesmo sem saber convencionalmente? Como puderam evidenciar as aprendizagens?Como alunos podem ler sem saber ler convencionalmente?
            Em síntese disseram que este conteúdo foi muito interessante ser trabalhado no encontro porque foi possível levar os professores ao entendimento que é possível trabalhar com conteúdo ler mesmo sem saber convencionalmenteporque permite as crianças atuarem como leitores.
            Para ampliar as construções e reflexões a seguinte consigna foi orientada.
Lero excerto do texto (anexo 1): Artigo do periódico: Aportes para el desarrollo curricular “Practicas del lenguaje – Leer y escribir en el primer ciclo”. Buenos Aires, 2001. A ENTREVISTA (ou... em que me fixo para lembrar qual é qual?). Pensem:O que as crianças aprendem com essa situação?O que precisa garantir para que os alunos atuem como leitor?O que os professores precisam compreender em relação a essa proposta? Por quê?
            Dentre os apontamentos: Lisandra contribuiu “as crianças aprendem a fazer antecipação a partir dos conhecimentos estabelecidos por elas e através das intervenções elas fazem a verificação.”Ops! Neste momento uma pequena parada e discutir sua fala. Dessa forma foi importante questionar: É só através das intervenções que a criança faz a verificação?Pipocamos um pouquinho só que não tínhamos intenção de sistematizar só saber se muitos pensavam como ela. Que de fato evidenciamos um conflito, uma divisão de opiniõesno grupo. Deixamos a questão de “molho” para mais tarde na análise de outro textoque responderia essa polêmica.
            Continuamos a conversa sobre o que as crianças aprendem. Bernadete “Elaboram estratégias, a qual se questiona quando verificam por meio da letra inicial/final/tamanho da escrita/pelo som...” Rosana“No encontro percebi que a preocupação dos professores está mais na localização dapalavra “ certa” e já consideram isso suficiente. De certa forma ficam felizes com isso, sem entender que há possibilidade das crianças a avançarem mais. Diferente da prática da professora do texto”Eliane Araujo“antecipação e verificação sãofundamentais nessas atividades, mas são não únicas estratégias”.
            Assim enfatizamos que há uma necessidade de avançar no entendimento do professor sobre este conteúdo em questão. Será que achar a palavra solicitada pelo professor é suficiente? O fato de a criança apontar a palavra desejada pelo professor não significa ler convencionalmente e tão pouco essa proposta é só para localizar a palavra, assim é preciso atravessar o olhar desse professor, pois  ainda não está claro o que significa ler mesmo sem saber convencionalmente e talvez haja um entendimento que ao localizar a escrita pode está lendo de maneira convencional. Enfim, é preciso ressignificar o olhar dos professores porque queremos que eles atuem como leitores assim como falou    Flávia “os alunos aprendem atuar como leitores diante dessa proposta”.
            Na oportunidade perguntamos: o que precisamos garantir para que eles leiam mesmo sem saber convencionalmente?E nosso diálogo se configurou da seguinte forma:
Bernadete - Garantir um bom repertório.
Fr - Onde se encaixa o repertório?
Eliane Werner – Dentro das condições didáticas.
Fr– Quaiscondições didáticas necessárias para que o aluno leia mesmo que não esteja alfabetizado?
Marina– Garantir às informações as crianças, saber o texto de cor como.
Fr – Quais textos são bons para esse trabalho?
Eliane – Parlendas,trava-línguas,adivinhas, cantigas de roda, quadrinhas.Garantir que saiba o texto de memória porque contribui para que o aluno atue como leitor devido ter que ajustar a fala a escrita.
Fr – Apontaram as condições didáticas como uma contribuição para o aluno ler mesmo sem saber convencionalmente. O que mais precisamos garantir conforme aponta o texto?
Deliene– O texto aponta que a partir dos conhecimentos prévios se faz necessário garantir condições e intervenções. Contudo as intervenções só acontecem quando tenho conhecimento sobre o assunto e o que as crianças pensam também.
Rose – Planejar boas intervenções. Penso que as intervenções parecem ser mais difíceis aos professores porque às vezes até planejam considerando boas condições didáticas, mas sua ação ainda é reveladora de muitos problemas quanto ao conhecimento deste conteúdo.
Bia – Verdade até oferece boas condições, mas nas intervenções se perdem no meio da atividade. Alguns vídeos os professores se detém com as questões: onde está escrito? Porque está escrito? Onde começa e termina a palavra? Mas muitos param ai, se prendem ais a essas questões que também fundamentais, masnem sempre precisamos delas.
Sol – Quais são boas intervenções?
Fr – Em resposta a este anseio, utilizamos a fala de Frauendorf “As boas intervenções são as que fazem as crianças a pensarem”
Risos...
Eliane Araujo – Tem uma prática muito comum é a ficha de leitura, ainda de não ser interessante, essa só pensa nos alunos alfabéticos. Professor entrega a ficha e aqueles que não sabem ler contam com a sorte. Também alguns trazem uma ideia de leitura por meio de imagem.
Fr – Falando em imagem. Quando ela pode ser interessante para colocar a criança para elaborar estratégias de leitura?
Eliane Araujo – Eu acho que não é interessante.
Fr – Mostrar a capa do livro, por exemplo, não é interessante?
Eliane Araujo – Não é muito desafiador.
Fr – Por quê?
Eliane Araujo – A criança não se atenta ao textosim as imagens.
Fr – Mais uma questão para deixarmos pra mais adiante.
            Pelo diálogo podemos observar algumas aprendizagens assim como também alguns ajustes que precisaríamos adequar no desenvolvimento do encontro. Sem muitas intervenções prosseguimos nossas reflexões. Desta vez foi saber como foi à análise dos cadernos na escola o que puderam observar no que tange os conhecimentos voltados à reflexão sobre o sistema de escrita. De modo geral apontaram que as crianças não são olhadas a partir de seus conhecimentos e também que as atividades analisadas estão ligadas mais a exercícios que levem o aluno a aprender de maneira perceptível em muitas vezes sem sentido como bem aponta Deliene“Esses dias observei uma atividade na sala de aula que o próprio aluno indiretamente critica. Exemplo, a tarefa era de separar sílaba, não basta separar sílaba coloca ao lado da palavra à quantidade de sílaba e do lado dos quadradinhos um quadro para colocar o número das partes das palavras. E o aluno falou isso é fácil. Desculpe a expressão, mas com uma atividade dessa a professora fica pagando de “boba”.
            Para o próximo momento escolhemos previamente a atividade ao lado.
            Assim convidamos as coordenadoras que em pequenos grupos analisassem a tarefa retirada dos cadernos. Questões norteadoras: Que atividade é essa? De leitura ou de escrita? Por quê? O que a professora espera que as crianças façam?Quais condições oferecem para isso? A atividade propicia as crianças fazerem o uso das estratégias de leitura?Quais? Por quê?

            Na socialização concluíram que a atividade é de leitura, contudo como bem assinalou Eliane Araújo“É de leitura. Nesse caso a gente ver a concepção da professora, ficou só na questão do pintar as sílabas.”Deliene interrompeu e falou“A gente fica na dúvida será que a criança precisou ler? Porque não precisa ler a palavra toda, no início pensei que ela queria trabalhar o C depois que me dei conta que é tudo começa com CA. Acho que a criança ficou só percebendo isso e talvez  nem chegou a ler, na minha opinião a proposta não garantiu as crianças lerem todas as palavras, de repente as curiosas.”Sollyana complementou “dá pra pensar é que a cópia embaixo pode ser porque as crianças responderam rapidamente só de perceber o CA.”Dentre os apontamentos vale salientar a relevância das atividades para as crianças, estas devem ser carregadas de sentidos e significados, a qual seja impregnada de reflexão ao contrário do que acabamos de analisar.
             Para contextualizar o trabalho com o conteúdo ler mesmo sem saber convencionalmente convidamos para as participantes a fazerem a leitura do registro da atividade de escolha de títulos de livros no catálogo realizada na Educação Infantil(anexo 2).  Respeitando a seguinte questão: Considerando o que temos discutido até agora sobre o conteúdo,no registro da aula, apontem os objetivos da intervenção da professora na mediação da atividade. Que informações as crianças utilizaram para ler?
             O texto ampliou olhar das coordenadoras, permitiu avançar na conceitualização dos conteúdos. Logo no início da socialização Lisandra reajusta sua fala inicial que as crianças verificam quandotem intervenções precisas do professor, dessa forma comentou “ Eles podem antecipare verificar com ou sem intervenção lendo o trecho “Samuel e Larissa, ao apresentar o livro O Galinheiro, justificaram da seguinte maneira, - escolhemos este livro porque gostamos de galinhas, mas a gente ficou em dúvida sobre o que está escrito. A Larissa acha que é galo, mas não pode ser porque tem muitas letras e letras que não aparecem quando eu falo galo. E ainda tem essas aqui ó, vejam: tem o I, tem E, o R. Não pode ser galo, - afirmou Samuel. Larissa interveio dizendo: professora, a gente ficou confusa, tem galo aqui (mostrou o desenho), mas quando a gente vai ler não parece que está escrito galo. Mas também não pode ser outra coisa, né? Olha o GA da Gabriela. E termina com O de galo.”  Fica evidente que nem sempre precisa da intervenção do professor para eles verificarem,  como afirmei no início do encontro.”   Em seguida Eliane Araujo falou “ Também tomei consciência da minha  fala no início. Lendo o texto percebe-se que a imagem não foi  suficiente para saber o que estava escrito. Claro que são diversos modos de planejar a atividade, essa pra mim apresenta um rico desafio para criança”. O tempo mais uma vez o vilão, assim tivemos que pontuarmos algumas coisas que não apareceram, na verdade, só fortalecer o que já foi discutido no início, que a professora proporcionou pistas em que as crianças subsidiam para resolução do problema que lhes foram propostos. As pistas foram produtivas para as crianças, um exemplo foi à dica que deu quando as crianças estavam em verdadeiros conflitos qual era o titulo“vocês sabem como se chama o lugar onde ficam as galinhas e os galos?”.

            Passamos mais adiante para o próximo momento que foi refletir sobre o conteúdo da formação. Para tanto a consigna foi.

Ler a tarefa desenvolvida (anexo 3) pela coordenadora Sollyana. Questões: O que é possível discutir a partir do registro da coordenadora? Que conhecimentos a coordenadora revela sobre a ação da devolutiva?
           
            Nossa conversa gerou em torno da semelhança das atividades desenvolvidas junto às crianças, que de modo geral são desprovidas de aprendizagens tanto pela proposta quanto pela consideração dos saberes. Contudo pontuaram os cuidados que a coordenadora teve em devolver a professora, destacaram que a forma de sua escrita parte para um elogio e depois para as fragilidades que precisaram ser repensadas, esta deve ser feita pensada no sujeito, contudo é preciso definir o foco. De forma geral compreenderam que precisam aprofundar nessa ação por outro lado comentaram que é muito difícil fazer à devolutiva e ao final concluímos que se aprende a fazer a devolutiva fazendo para esta não existem receitas prontas, existem exercícios.

            Assim terminamos nosso encontro realizado no dia 02 de julho com esperanças que foram despertadas aprendizagens que de alguma forma ajudem as crianças na construção dos saberes rumo a uma história de final feliz.“Afinal, há é que ter paciência, dar tempo ao tempo, já devíamos ter aprendido, e de uma vez para sempre, que o destino tem de fazer muitos rodeios para chegar a qualquer parte.” (Saramago)

domingo, 11 de agosto de 2013

Relato da professora Rosineide sobre o projeto Contos de Aventura



Em uma roda de conversa iniciei o projeto de Contos de Aventura com meus alunos do 3º ano falando um pouco sobre o que iríamos fazer durante o desenvolvimento.
Assim comecei com a leitura do livro de Robinson Crusoé, porém não li tudo em uma única vez, planejei a leitura do livro por partes e sempre que chegava a uma parte onde gerava certa expectativa eu parava a leitura para retomar em outro momento. O que os deixava eufóricos, ansiosos e curiosos para saber o que ia acontecer na sequência da história, haja vista que o livro tem coisas diferentes como naufrágio, canibais, viagens, suspense, fuga, e tudo isso faz parte das características dos contos de aventura, isso gerava um entusiasmo em saber mais.

Depois de terminado a leitura do livro, conversei com os alunos a respeito dos textos de autoria, pois os mesmos sempre fizeram reescritas, falei que iríamos produzir um conto de aventura, esse de autoria da turma, contudo para isso precisávamos definir algumas coisas importantes para escrever:
Comecei perguntado:
O que vamos escrever?  Um conto de Aventura, assim como de Robinson Crusoé.
E para quem vamos escrever? A aluna Andressa falou que poderia ser para os pais e para todos os alunos da escola. Todos concordaram e continuamos.
E o que vamos fazer com os textos? Algumas crianças disseram que poderia ser exposto em um cartaz e ficarem no pátio da escola, outras acharam que não que poderia ficar em uma pasta para que eles pudessem levar para casa. Mas  surgiu o questionamento “E as outras crianças da escola como que vão ler se vamos colocar em uma pasta e levar para casa?” Foi então que o Vitor Hugo falou que poderia fazer um livro e deixar na biblioteca assim todo mundo que quisesse poderia pegar emprestado ou ler na biblioteca mesmo. Perguntei se todos concordavam e foi unânime a aceitação de fazer o livro e deixar na biblioteca.
Perguntei onde seria a nossa aventura e saíram muitos lugares como em uma ilha, no deserto, na floresta amazônica, e a última hipótese foi a mais votada. Fui anotando tudo no quadro e depois passei para um cartaz que ficou afixado na parede da sala para possíveis consultas durante o processo de escrita do texto.
Como a aventura seria na floresta Amazônica e ninguém havia estado lá resolvi levar as crianças para a sala de informática e fomos pesquisar sobre a floresta, o que tinha lá, quais animais, os perigos, as plantas existentes, os rios e quais os meios de se chegar lá. Imprimimos as pesquisas e montamos cartazes.
Em outro momento planejamos o conteúdo temático, pois como se travava de um texto de autoria ainda não tinha o conteúdo temático, teríamos que planejar as ideias gerais do texto. Falei para os alunos que se íamos fazer uma viagem pra viver essa aventura na Floresta Amazônica teríamos que ter um motivo para fazer essa viagem.
Ouvi as crianças fui perguntando e  anotando as sugestões na lousa para decidirmos qual seria a escolhida. A lousa ficou da seguinte maneira:
Que iríamos fazer uma pesquisa sobre as plantas da Floresta Amazônica;
Que iríamos de ônibus até Porto Velho e lá embarcaríamos em um avião para Manaus, lá ficaríamos em um hotel, depois para a floresta.
No caminho nos perderíamos, encontraríamos contrabandistas de animais, seríamos presos por eles, depois seríamos libertados, encontraríamos índios, retornaríamos ao hotel, libertaríamos os animais e voltaríamos para casa sem fazer a pesquisa, mas pensando em voltar. 
Em outra etapa fomos planejar o texto e comecei perguntado se eles lembravam como começou a história de Robinson Crusoé, e depois de ouvir as resposta fiz a leitura do início para que os alunos relembrassem, pois isso poderia ajudar na escrita do nosso texto.
Em cartaz apresentei as seguintes partes planejadas anteriormente para voltarmos nelas quando escrever o texto:
Na primeira parte ficou assim: Alunos planejam pesquisa de plantas na floresta amazônica para trabalho da escola.
Segunda parte; Alunos viajando de ônibus até Porto Velho para pegar avião para Manaus.
Terceira parte: Alunos chegavam em um hotel e iriam fazer a pesquisa.
Quarta parte: Grupo se perde e é encontrado por contrabandistas e presos. Quinta parte: Alunos são salvos e voltam para o hotel sem a pesquisa.

Depois que apresentei as partes para os alunos eles acharam que assim ficava mais fácil de escrever o texto.
Assim começamos a escrita do texto, a medida que eles iam falando eu ia escrevendo no quadro e questionando, fazendo intervenções que ajudassem na produção conforme o que planejamos.  Também nesse momento fazíamos a revisão processual, quando eu achava que poderíamos fazer alguns ajustes no texto os convidava a fazer questionando alunos sobre as palavras que ficavam melhor, se a palavra é adequada para quem vai ler o texto ou não.

Ao terminar a escrita do texto passamos para a revisão posterior, pois já tínhamos o texto inteiro. Nesse momento foi possível trabalhar melhor as articulações, como ele pode se organizar melhor, o efeito que esse texto vai ter para quem vai ler.

Ao concluir o projeto aprendi quanto é importante fazer todo esse trabalho com as crianças, aparentemente parece ser trabalhoso porque não estamos acostumados a fazer desse jeito, principalmente ensinando-os a planejar o texto e o conteúdo.

Meus alunos aprenderam um tanto, a participação deles na escrita foi maravilhoso uma coisa bacana foi explicitação sobre características do gênero que deveria ser encaixado no texto e cada sugestão eu vibrava.



Relato da professora Rosineide sobre o projeto Contos de Aventura



Em uma roda de conversa iniciei o projeto de Contos de Aventura com meus alunos do 3º ano falando um pouco sobre o que iríamos fazer durante o desenvolvimento.
Assim comecei com a leitura do livro de Robinson Crusoé, porém não li tudo em uma única vez, planejei a leitura do livro por partes e sempre que chegava a uma parte onde gerava certa expectativa eu parava a leitura para retomar em outro momento. O que os deixava eufóricos, ansiosos e curiosos para saber o que ia acontecer na sequência da história, haja vista que o livro tem coisas diferentes como naufrágio, canibais, viagens, suspense, fuga, e tudo isso faz parte das características dos contos de aventura, isso gerava um entusiasmo em saber mais.

Depois de terminado a leitura do livro, conversei com os alunos a respeito dos textos de autoria, pois os mesmos sempre fizeram reescritas, falei que iríamos produzir um conto de aventura, esse de autoria da turma, contudo para isso precisávamos definir algumas coisas importantes para escrever:
Comecei perguntado:
O que vamos escrever?  Um conto de Aventura, assim como de Robinson Crusoé.
E para quem vamos escrever? A aluna Andressa falou que poderia ser para os pais e para todos os alunos da escola. Todos concordaram e continuamos.
E o que vamos fazer com os textos? Algumas crianças disseram que poderia ser exposto em um cartaz e ficarem no pátio da escola, outras acharam que não que poderia ficar em uma pasta para que eles pudessem levar para casa. Mas  surgiu o questionamento “E as outras crianças da escola como que vão ler se vamos colocar em uma pasta e levar para casa?” Foi então que o Vitor Hugo falou que poderia fazer um livro e deixar na biblioteca assim todo mundo que quisesse poderia pegar emprestado ou ler na biblioteca mesmo. Perguntei se todos concordavam e foi unânime a aceitação de fazer o livro e deixar na biblioteca.
Perguntei onde seria a nossa aventura e saíram muitos lugares como em uma ilha, no deserto, na floresta amazônica, e a última hipótese foi a mais votada. Fui anotando tudo no quadro e depois passei para um cartaz que ficou afixado na parede da sala para possíveis consultas durante o processo de escrita do texto.
Como a aventura seria na floresta Amazônica e ninguém havia estado lá resolvi levar as crianças para a sala de informática e fomos pesquisar sobre a floresta, o que tinha lá, quais animais, os perigos, as plantas existentes, os rios e quais os meios de se chegar lá. Imprimimos as pesquisas e montamos cartazes.
Em outro momento planejamos o conteúdo temático, pois como se travava de um texto de autoria ainda não tinha o conteúdo temático, teríamos que planejar as ideias gerais do texto. Falei para os alunos que se íamos fazer uma viagem pra viver essa aventura na Floresta Amazônica teríamos que ter um motivo para fazer essa viagem.
Ouvi as crianças fui perguntando e  anotando as sugestões na lousa para decidirmos qual seria a escolhida. A lousa ficou da seguinte maneira:
Que iríamos fazer uma pesquisa sobre as plantas da Floresta Amazônica;
Que iríamos de ônibus até Porto Velho e lá embarcaríamos em um avião para Manaus, lá ficaríamos em um hotel, depois para a floresta.
No caminho nos perderíamos, encontraríamos contrabandistas de animais, seríamos presos por eles, depois seríamos libertados, encontraríamos índios, retornaríamos ao hotel, libertaríamos os animais e voltaríamos para casa sem fazer a pesquisa, mas pensando em voltar. 
Em outra etapa fomos planejar o texto e comecei perguntado se eles lembravam como começou a história de Robinson Crusoé, e depois de ouvir as resposta fiz a leitura do início para que os alunos relembrassem, pois isso poderia ajudar na escrita do nosso texto.
Em cartaz apresentei as seguintes partes planejadas anteriormente para voltarmos nelas quando escrever o texto:
Na primeira parte ficou assim: Alunos planejam pesquisa de plantas na floresta amazônica para trabalho da escola.
Segunda parte; Alunos viajando de ônibus até Porto Velho para pegar avião para Manaus.
Terceira parte: Alunos chegavam em um hotel e iriam fazer a pesquisa.
Quarta parte: Grupo se perde e é encontrado por contrabandistas e presos. Quinta parte: Alunos são salvos e voltam para o hotel sem a pesquisa.

Depois que apresentei as partes para os alunos eles acharam que assim ficava mais fácil de escrever o texto.
Assim começamos a escrita do texto, a medida que eles iam falando eu ia escrevendo no quadro e questionando, fazendo intervenções que ajudassem na produção conforme o que planejamos.  Também nesse momento fazíamos a revisão processual, quando eu achava que poderíamos fazer alguns ajustes no texto os convidava a fazer questionando alunos sobre as palavras que ficavam melhor, se a palavra é adequada para quem vai ler o texto ou não.

Ao terminar a escrita do texto passamos para a revisão posterior, pois já tínhamos o texto inteiro. Nesse momento foi possível trabalhar melhor as articulações, como ele pode se organizar melhor, o efeito que esse texto vai ter para quem vai ler.

Ao concluir o projeto aprendi quanto é importante fazer todo esse trabalho com as crianças, aparentemente parece ser trabalhoso porque não estamos acostumados a fazer desse jeito, principalmente ensinando-os a planejar o texto e o conteúdo.

Meus alunos aprenderam um tanto, a participação deles na escrita foi maravilhoso uma coisa bacana foi explicitação sobre características do gênero que deveria ser encaixado no texto e cada sugestão eu vibrava.