domingo, 27 de maio de 2012


Recorte da Síntese do 2º encontro de formação
Formadoras: Claudiene e Sandra
Ariquemes-RO


Oque vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada.
Caminhando e semeando, no fim terás o que colher.

          Iniciamos com satisfação o 2º encontro de formação do Programa Além das Letras, no dia 24 (vinte e quatro) de abril de dois mil e doze. Este encontro contou com 32 participantes, entre coordenadoras e vice-diretoras, responsáveis pela coordenação de 1º e 2º ano das escolas municipais.

          Elegemos dois objetivos para orientar nossas discussões a respeito do conteúdo atividades na alfabetização:
·       Analisar algumas atividades de alfabetização recorrentes nas escolas municipais.
·       Tematizar uma atividade de escrita coletiva e sua importância para construção do sistema de escrita.

No encontro de formação entre os coordenadores e vice-diretores no mês passado, um dos conteúdos tratados foi o planejamento do encontro de formação, mais especificamente as pautas de formação planejadas pelas coordenadoras. Por considerar importante saber o que as participantes acharam dessa nossa nova ação abrimos um espaço para ouvi-las, seja elogios ou alguns desabafos. Fazer a articulação entre os subsídios e o planejamento do encontro de formação tornou para eles grandes desafios, agregar em suas rotinas um maior tempo para estudo e elaboração das pautas necessitou maior organização do seu tempo e espaço.
Nos anos anteriores enviávamos um subsídio para auxiliá-las no planejamento das pautas, mas de modo geral seguia mais as nossas escolhas de conteúdos, objetivos e também em nossas decisões de encaminhamentos o que faziam de diferente eram mais apresentar nas pautas as intencionalidades demonstrando para nós formadoras os conhecimentos que tinham sobre o conteúdo em discussão. A autonomia foi visto muito vagamente em suas pautas, em algumas dava uma impressão que fazíamos a devolutiva a nós mesmo, pois muitos faziam cópias fieis. Agora o desafio lançado a eles foi à construção da pauta por meio do subsídio como um instrumento que o apoia no planejamento das pautas não perdendo de vista o conteúdo fundamental leitura e escrita pelo aluno. Para lidar com isso, o caminho foi partilhar as experiências, compreender melhor como foi este momento para os coordenadores. Para tanto lançamos as questões em coletivo: Este ano tivemos um novo modelo de elaboração de pauta a partir do subsídio. Como foi este momento na escola? Apresentaram dificuldades? Quais? O subsidio foi suficiente para elaboração da pauta de formação? Por quê? Qual sua sugestão para o próximo subsidio?
Alguns recortes das falas para ilustrar esse momento:


Flávia – “este momento foi um desafio e suscitou muito mais estudos que antes, não porque não estudávamos anteriormente, mas porque da outra maneira “ganhávamos” mais tempo na elaboração das pautas. Mas essa nova estratégia que vocês formadoras propuseram por meio do subsídio facilitou de certa forma a gente a pensar mais sobre o conteúdo e o que queremos que nossos professores aprendam e ainda mais me senti autora de minha própria pauta. Claro que demandou mais tempo para estudo a pensar nos encaminhamentos e a estudar mais a necessidade do meu grupo, no meu caso, voltei às questões sobre a importância do registro reflexivo com as professoras. Eu gostei!”.
Nelcilene – “foi uma oportunidade de verificar a necessidade do grupo e desenvolver uma pauta com objetivo de amenizar os problemas existentes nas práticas do nosso grupo de professores. Eu escolhi fazer uma análise de diagnóstico, pedi aos professores que pensassem na hipótese de escrita que os alunos estavam e o que fazer para eles avançarem, assim poderíamos também discutir sobre o problema da hipótese a menos, pois uma vez marcado uma hipótese anterior as atividades não atenderiam as necessidades dos alunos. Senti essa necessidade levei para o grupo a qual percebi que houve aprendizagem, mas notei quanto é importante o envio antecipado das pautas para as formadoras, pois só assim aprofundamos mais sobre o conteúdo da formação”.
Eunice – “entendo que foi um norte o subsídio, em que nos apoiamos para a elaboração das pautas. Na primeira devolutiva vi aquele monte de coisa, me preocupei depois entendi que isso faz parte do processo e que isso só gera aprendizagem”
Nilda – “achei um pouco complicado porque não é só elaborar a pauta é estudar o subsidio, é estudar o grupo e sua necessidade e é estudar a pauta, pois as devolutivas nos dá esse caminho”.
Ellem – “senti dificuldade porque exige muito tempo do coordenador, principalmente nesse primeiro encontro que estava muito atarefada, estamos por um período bem conturbado na escola, com falta de professor alguns estão assumindo os outros concursos, assim o tempo para fazer foi meu maior problema, mas de maneira geral foi bom, mas eu preciso de condições para desenvolver esta ação com mais qualidade”.
Lúcia – “as devolutivas feitas nos deixaram mais seguras. Senti mais dificuldade na formação na formação do que na elaboração das pautas, pois temos no grupo professores resistentes a formação que entram este ano e outros que já passaram pela formação, mas possuem dificuldade de compreender o conteúdo.”

                                                                                                                
          Abrir espaço para as coordenadoras expor suas opiniões sobre esta ação foi uma decisão certeira e nos oportunizou a compreender quais são os olhares do grupo frente este movimento. Percebemos que a dificuldade está mais na organização do tempo para estudos do que na elaboração das pautas, infelizmente parte das situações apresentadas por eles são verdadeiras, pois alguns ainda encontram-se atarefados e sobrecarregados com ações que não os competem. Claro que evidenciamos em algumas pautas por meio das devolutivas, embora uma minoria, que elas centraram mais em jogo de perguntas e respostas entendendo assim que estariam apresentando suas intencionalidades. Responder as questões permite o formador local entender os conhecimentos do coordenador sobre o conteúdo, o que não deixa claro as intencionalidades, pois entendemos que além dos conhecimentos sobre o conteúdo, por trás das intencionalidades está o que se espera de cada proposta seja ela numa perspectivas de encontrar situações favoráveis ao que espera alcançar ou não. Compreendemos que as intencionalidades revelam as reflexões do formador tanto ao que se espera que os professores aprendam quanto às antecipações de intervenções e possíveis situações problemas levantadas pelos professores. E quando não pensado desse modo as respostas para as perguntas levantadas pelo grupo de professores no momento da formação podem girar em torno de um contexto de incertezas e refletem fragilidades para desenvolver um encontro de formação reflexivo como esperamos, assim foram alguns apontamos das formadoras para fechar essa discussão. Bom, foi um ponto de partida temos muito a caminhar! Este momento rememora o trecho citado acima de Cora Coralina O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada. Caminhando e semeando, no fim terás o que colher”.....