segunda-feira, 18 de junho de 2012

TRECHOS RETIRADOS DOS REGISTROS DAS COORDENADORAS DE NOSSAS ESCOLAS - CONTEÚDO LEITURA E ESCRITA PELO ALUNO


Trecho retirado do 2º relatório da coordenadora Sirlene – Escola Pingo de Gente
“...Prosseguimos para  segundo momento entregando aos professores uma lista contendo cópias de atividades desenvolvidas nas turmas de alfabetização, onde tinham como desafio  analisá-las pensando nas duas questões norteadoras como: O que as atividades tem em comum? E se elas são consideradas como uma boa situação de aprendizagem?
Na socialização as professoras apontaram inicialmente que as propostas eram soltas, mas ainda consideravam como uma boa situação de aprendizagem. Depois de todas as colocações das professoras fiz alguns questionamentos como: nas turmas temos alunos de diferentes saberes essas as atividades apresentadas conseguem abranger todos? E  elas  a promovem reflexão sobre  o sistema de escrita? Elas responderam que não, principalmente os que se encontram na hipótese pré-silábica devido à maioria das atividades estarem contemplando mais alunos que estão na hipótese alfabética. Quando levantei essas questões  elas puderam refletir melhor e que realmente é preciso assegurar para que os alunos possam avançar no sistema da escrita, assim puderam reavaliar as situações didáticas e que algumas vezes nem apresentam desafios aos alunos algo que se torna fundamental quando queremos formar leitores e produtores de texto...
O terceiro momento tinha como propósito reforçar o que já tínhamos discutido no segundo momento, porém a situação analisada tratava de assistir um vídeo que abordava uma atividade de auditório, na comparação com as primeiras atividades às professoras puderam perceber que uma atividade aparentemente simples trouxe para as crianças:
·       Momento de interação uma com as outras a qual comunicavam seus saberes.
·       Essa atividade da forma como foi conduzida chamando primeiro uma criança não alfabética e no final alfabética possibilitou  as crianças uma análise e comparação de escrita, assim puderam perceber diferentes formas de escritas contribuindo para evolução de escrita de uma aluna.
·       Outro item considerável é que a proposta está inserida dentro de um projeto didático.
 Concluímos que uma boa situação de aprendizagem é aquela em que as crianças podem colocar em jogo tudo que sabe e entre a situação1 e a situação 2 a que  mais se aproxima  é a atividade de auditório.”




Trecho retirado do 2º relatório da coordenadora Leticia – Escola Professor Levi Alves de Freitas
            “...Depois da retomada do encontro anterior e apresentação da tarefa foram distribuídas as atividades selecionadas por mim, que geralmente são utilizadas em sala de aula para pensarem sobre a eficácia das mesmas, se quando trabalhadas abrangem todas as crianças que estão em diferentes hipóteses de escrita, se fazem realmente a criança pensar sobre sua escrita, no início da análise achavam que sim, mas quando questionadas uma por uma fazendo análise começaram a pontuar cada atividade colocando as “falhas” que apresentavam. No caça- palavras observaram que não garantia aprendizado para todos os alunos, que os alfabéticos não encontrariam desafio nessa atividade, induzia a criança ao acerto e que estava voltada mais para o método silábico devido as palavras serem todas com a letra C. Na segunda atividade, a listagem de nomes, observaram que serve para todas as hipóteses, que cada um faria sua construção, mas houve uma discussão no sentido que era muito extensa, era cansativa para a criança, concluíram que a lista é uma atividade ótima mas quando desenvolvida em um sequencia de atividades. Já na terceira atividade, salada de sílabas,  entenderam que não alcançam os pré- silábicos, não traz desafios para os alfabéticos, ainda pontuaram que é uma atividade do método silábico camuflado.
           Durante essa discussão houve momentos de aceitação das colocações da maioria dos professores, mas também houve indignação, pois são atividades que fazem parte da rotina do professor, houve até o questionamento de uma professora que colocou após a análise das atividades “ então os livros estão todos errados? como pode depois de tanto tempo que vem trabalhando esse linha, o construtivismo, e eles ainda trazem atividades inadequadas.” De uma forma sutil, pontuei que sabemos disso, por isso a necessidade do professor ao planejar suas aulas levar em conta se a atividade vai abranger todas as crianças, se irá fazer a criança refletir sobre a escrita, se todas podem avançar com aquela atividade, ele terá que ser criterioso na escolha de atividade, pois a melhor é a que possibilita a criança colocar em jogo o que sabem e que apresentam um contexto significativo a sua escrita, exemplo a cruzadinha. Para que o aluno vai fazer a cruzadinha? Que sentido tem para os alunos preencherem os quadradinhos? Algumas vezes via simplesmente só satisfazem o professor quando o  alfabético preenche e assinalar o erro para os não alfabéticos.
          Ao encerrar a reflexão sobre a qualidade das atividades apresentadas a coordenadora deu inicio a apresentação do vídeo que apresentava uma atividade de auditório, deixando que assistissem, pontuado o que acharam importante para que depois possamos comentar  a análise, durante o vídeo foi observado a atitude dos professores, já fazendo comentário sobre os avanços das crianças, a forma como a professora conduzia a atividade.
          No momento reservado para a reflexão do vídeo colocaram que observaram que a professora escolheu uma atividade que contemplava a todos os saberes, o que acharam mais importante foi ver que a professora sempre levava ao quadro os alunos não alfabéticos para depois chamar os alfabéticos. Acharam interessante a situação utilizada pela professora e apontaram que  a criança consegue avançar observando a escrita de um colega que está numa hipótese a mais que a sua, especialmente, ANA, que cada vez que ia ao quadro sua escrita apresentava avanço, o que levaram a considerar que a intervenção da professor foi um fator importante quando os convidavam a comparar a escrita uma com as outras.
          Concluímos que aprendemos muito, um fator evidente que podemos reafirmar é o comentário de uma professora que pensava que o correto já era chamar o alfabético primeiro, economizava tempo, pois o aluno na hipótese a menos  demora muito no quadro, que para ela foi um grande aprendizado entender que o que precisamos é fazer os alunos refletirem sobre o sistema da escrita. E aí perguntamos: A atividade é para  saber qual é a escrita certa ou  é  promover a reflexão sobre o sistema da escrita para as crianças avançarem em seus conhecimentos?...Enfim, chegamos ao final do encontro, foi bem produtivo, muitas concepções estão sendo revistas, estão passando por questionamentos, sabemos que o resultado desses momentos de reflexões irão surtir efeito lá, com nossas crianças...”    





Trecho retirado do 2º relatório da coordenadora Flávia – Escola Chapeuzinho Vermelho
            “...No encontro passado as professoras trouxeram algumas atividades que realizaram com seus alunos em sala de aula e que consideravam boas situações de aprendizagens. Com o material em mãos selecionei duas atividades bem comuns nas turmas e levei para esse 2º encontro para que refletissem sobre ela, reuni as professoras em grupo para análise das atividades. As atividades analisadas foram: uma cruzadinha onde solicitava as crianças colocarem o nome dos desenhos onde eram cômodos de uma casa e a outra atividade era um texto “ Orelhinha, o coelho Comilão”  e a letra não era palito. Com as atividades em mãos solicitei que analisassem as a partir das seguintes questões:  O que a atividade tem em comum?  Porque essas atividades são consideradas boas situações de aprendizagens? Atende os diferentes conhecimentos das crianças? 
        Logo uma professora defendeu que a cruzadinha é uma boa atividade e a discussão gerou em torno disso até que outra professora complementou dizendo “ Gente nem todas as atividades são boas para todos os alunos temos que ter cuidado qual dá mais condições para as crianças escreverem”. Aproveitei a fala da professora  para acrescentar que o  objetivo dessa proposta em nenhum momento era dizer o que está errado ou certo, mas para que nós enquanto professoras possamos refletir sobre quais as atividades contribuem para  que as crianças avancem e pensarem  sobre sistema de leitura escrita,  e que nos darão o suporte em escolher qual atividades apresenta uma boa situação de aprendizagem e saber os conhecimentos de nossos pequenos.
        Outra professora   logo comentou “ penso que atividade do texto também não é tão boa, pois traz um texto sem muito sentido”, outras professoras também concordaram. Então perguntei: E a letra é adequada para trabalhar com os alunos que estão iniciando a alfabetização? Concluíram que  o certo seria letra palito. O que ficamos nos perguntando se sabemos disso porque as oferecemos aos nossos alunos?
Logo outra professora foi dizendo disse “ muitas vezes pensamos apenas em um grupo de alunos e acabamos esquecendo os outros alunos, geralmente nos alfabéticos, porém as atividades para eles também não permitem desafios”  Em seguida voltei a fala das professoras onde um grupo percebeu que as atividades eram soltas, falei que era isso mesmo que temos que ter cuidado pois em alguns casos as atividade ficam fragmentas sem sentido, o bom é oferecer situações em que as crianças possam estarem inseridas em um contexto real. Foi onde uma professora  complementou “bom se trabalhamos com projetos e  sequências assim faz sentido” ressaltei a fala da professora e falei que era isso mesmo a nossa proposta é trabalhar de forma que seja significativa para o  aluno e que levem os pequenos a avançarem seus conhecimentos sobre o sistema de escrita e leitura e com boas situações de aprendizagens eles podem se tornar melhores leitores e escritores...”
Em seguida pontuei algumas observações juntamente com as professoras:
·       O importante não é quantidade de tarefas, mas sim a qualidade;
·       Nem sempre atividade da colega da sala ao lado será boa para meus alunos;
·       Quando planejamos temos que levar em consideração a hipótese de todos os alunos;
·       Uma pergunta importante fazer na hora do planejamento “o que os meus alunos aprenderão com essa atividade”? Que desafio essa atividade apresenta para meu aluno? É evidente que para isto temos que conhecer os saberes de cada criança.
        
          As discussões foram pertinentes pude observar que houve uma inquietação por parte das professoras. Entendo que derrubar as “paredes” antigas para dar lugar a “paredes” novas é bem difícil, mas a caminhada até aqui tem sido grandiosa, outro dia logo após a formação percebi que duas professoras estavam em uma conversa, uma perguntava para outra:
-Será que essa atividade é boa situação de aprendizagem?
A outra respondeu:
-Não sei, será que atenderá a todos os alunos?

        Vejo que sementinha foi plantada, agora é reforçar o conhecimento sobre quais atividades oferecem melhores condições didáticas e quais geram reflexão para as crianças.
       Com propósito de ainda refletir sobre as atividades passei um vídeo de atividade de auditório. Eles teriam que observar a atividade e pensar na questão: O que os alunos estão aprendendo nesta  atividade? Todas foram unânimes em dizer que a atividade de auditório proporcionou as crianças momento de reflexão sobre o sistema de escrita.            Já a  segunda questão:  O que aconteceria se chamasse a lousa uma criança com escrita alfabética no primeiro momento? O que a professora busca nessa atividade a escrita correta das palavras ou abrir espaço para as crianças refletirem sobre o que escrevem? Como as crianças são provocadas a refletir? O grupo chegou à decisão que se as crianças alfabéticas escrevessem primeiro inibiriam a escrita das crianças que se encontram na hipótese não alfabética, ou talvez, até  copiariam a escrita sem colocar em jogo o que sabem. Também comentaram que a professora do vídeo busca abrir espaço  para que as crianças reflitam  sobre o sistema de escrita fato que fica evidente quando  as deixa arriscarem suas hipóteses de escrita  na lousa e quando a professora faz algumas intervenções que colocam as crianças para compararem as escritas...

 
RECORTES DOS REGISTROS DAS COORDENADORAS DAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE ARIQUEMES - CONTEÚDO PRODUÇÃO DE TEXTO



Trecho retirado do 3º relatório das coordenadoras Cleuza e Leticia – Escola Levi Alves de Freitas

"...Encerrando a discussão sobre a tarefa solicitada dividimos os professores em dupla, pedimos que produzissem um texto relatando uma narrativa de aventura na Itália. Nesse momento não oferecemos nenhum subsídio, durante a produção houve reclamação, do tipo “O que vamos escrever? Eu nunca fui à Itália como vou escrever um texto? O que tem na Itália? Já percebemos que o fato de dizer o gênero a ser escrito não é condição suficiente para a escrita dos professores, assim podemos dizer o mesmo para os alunos. Após um tempo distribuímos alguns textos que continham, informações sobre a Itália, cidades, pontos turísticos, mapa, comidas típicas, modelo de uma narrativa de aventura... O fato de entregar novas informações permitiu que eles pudessem pensar melhor a escrita.
     Quando terminaram pedimos que comparassem os textos observando a qualidade de ambos, qual momento facilitou mais a escrita.
     Ao refletirem sobre as atividades desenvolvidas puderam perceber a importância de repertoriar os alunos para produzirem textos, e também conseguiram perceber após questionamentos, que se eles derem condições didáticas para as crianças produzirem, assim como eles tiveram no segundo momento, os alunos  podem escrever textos sobre aquilo que não conhecem, que não é de sua realidade, só que antes tem que ser bem repertoriado sobre o assunto a ser desenvolvido na produção.
     No final concluíram que a criança é capaz de produzir sobre algo que não conhece, o que precisa é que o professor lhe forneça condições didáticas para isso. Embora chegamos a essa conclusão procuramos enfatizar que a estratégia que utilizamos foi só para compreenderem a importância de garantir condições didáticas para as crianças produzirem bons textos não significa que o professor deve fazer como tal fizemos no encontro. O processo com os alunos é longo, o que facilitou foi  os conhecimentos que já possuíam sobre a escrita...."






Trecho retirado do 2º relatório da coordenadora Nelcilene Escola José de Anchieta

"...Em seguida foi entregue a cada professora uma cópia dos textos onde tiveram a oportunidade em analisarem, e classificarem,  qual seria o melhor texto.
Essa atividade  tinha como objetivo trazer reflexão ao grupo sobre as dificuldades dos alunos em produzir textos de boa qualidade por meio de uma análise de textos produzidos por algumas crianças, tendo como foco central comparar as condições didáticas oferecidas em cada uma delas. E para análise  propusemos a questão: O que os textos dessas crianças mostram sobre o que elas sabem? Para todos os textos as professoras responderam que os textos produzidos revelam que as crianças produzem a partir que a professora fornece. O que se pode deduzir que os seus professores liam para elas na época em que produziram estes textos? Relataram que algumas professoras liam alguns gêneros e outras nada liam para algumas produções. Qual deles vocês consideram o pior e o melhor e por quê? Foi unânime o pior texto foi o quatro, revela um condicionamento de um ensino por meio das cartilhas o que leva a criança a produzir frases soltas. Já para o melhor texto o grupo ficou dividido uns afirmam que é o numero dois, porque a criança revela ter muita leitura ou convive com leitores possui conhecimento de mundo demonstra muito conhecimento das características dos textos escritos e familiaridade com a literatura, acharam interessante que ele filosofa em sua escrita. Para o outro grupo o melhor texto é o numero cinco porque, a criança demonstra ter conhecimento das narrativas, familiaridade com os textos escritos apresentou mais coesão e coerência. E para gerar maior reflexão foi proposta a questão: Como a escola, nós professores estamos ensinando nossas crianças a produzir textos? Após relatos foi observado que houve reflexão do grupo sobre as dificuldades dos alunos em produzir textos de boa qualidade que está ligado a prática do professor, houve apontamentos das professoras que as crianças produziram conforme condições didáticas oferecidas. E um equivoco é pensarmos se meu aluno sabe escrever ele também é capaz de produzir bom texto, porém algo que foi evidenciado que só saber escrever não basta é preciso aproximar os alunos da linguagem escrita e se dá trazendo os gêneros para dentro da sala de aula e uma importante aliada é  a leitura em voz alta para se dá a familiarização com gênero ..."