sábado, 30 de abril de 2011

1° Encontro de formação do Programa Além das Letras. Desafios e avanços apresentados pelas coordenadoras.

Lucia coordenadora da E.M.E.F.M Mário Quintana - fez uma bela explanação sobre sua prática. Comentou que no início sentiu uma dificuldade, pois desempenhar este papel ainda era novo, não estava compreendido que sua função era ajudar na formação de seus professores. As pautas considerava um“bicho de 7cabeças”,mas o contato sistemático com a elaboração a fez a perceber que as pautas não passavam de uma organização melhor para a formação e dar mais segurança ao formador nas reflexões com seus professores. Apresentou, também que no seu grupo havia professoras resistentes e a maioria não acreditavam que as crianças poderiam produzir textos. Mas com o tempo de reflexão que tiveram na escola as práticas de muitos têm mudado. Por fim ela presencia leitura em voz alta em seu grupo com mais frequência, produção de texto apresentam contexto comunicativo.


Eliane coordenadora da E.M.E.F. Ireno Berticelli - apresentou a situação inicial da formação:
Como formadora: comentou que no início foi difícil atuar como formadora porque no primeiro ano de formação do programa, estava como professora, e presenciava muitas reclamações das professoras em participar do programa. Quando assumiu em 2009 sempre lembrava dos comentários que as colegas faziam. Isso de início já era uma barreira.
Depoimento da coordenadora Eliane Teixeira
Iniciei o Ano letivo de 2009 trabalhando como professora do 2º Ano C e na ocasião deu-se início a formação continuada do Programa Além das Letras, onde comecei como cursista. Ainda em 2009, deixei a turma do 2º Ano para atuar na Coordenação pedagógica de 1º e 2º Ano da Escola. Trabalhar a formação do programa o Além das Letras com as professoras que atuavam nas turmas de 1º e 2º Ano foi meu maior desafio, haja vista que havia muita resistência por parte das professoras em participar da formação e a maioria dizia que só participavam porque eram obrigadas e que tudo o que era visto já era conhecido por elas. Nos dias da Formação, as professoras ficavam saindo da sala e não demonstravam nenhum interesse em participar. Como formadora sempre deixei claro que estávamos em processo de formação sempre que surgiam dúvidas procurava não deixá-las sem resposta. Fomos parceiros o tempo todo na formação.
Cenário antes da formação
Leitura feita pelo professor
A Leitura em voz alta acontecia raramente sem planejar e com objetivos:
 De acalmar os alunos
 Para dar lição de moral
 Porque se sentiam obrigadas.

Enfim, muitos comentavam que os alunos bagunçavam na hora da leitura e os professores diziam que não iam mais fazer a leitura em voz alta, pois tinha muito conteúdo para aplicar. Não considerava a leitura em voz alta como conteúdo. Em alguns momentos passando pelas salas de aula elas faziam de conta que estavam realizando a leitura em voz alta.
Produção de texto
 A produção de texto era feita apenas com alunos alfabéticos, através de figuras sem apresentar função comunicativa e comportamento escritor.
 Os 1º Anos trabalhavam com palavras e frases, não havia compreensão que as crianças poderiam produzir texto coletivamente, tendo professor como escriba.

Ações realizadas para mudar esse cenário
 Convidava algumas professoras da escola para fazer depoimento, apresentando as dificuldades e avanços dos alunos frente ao conteúdo tratado na formação, e assim as outras professoras iam percebendo que era possível a mudança na prática de leitura e produção de texto.
 Espaço na formação para troca de experiência das professoras.
 Leitura feita pelo coordenador, para despertar comportamento leitor tanto na formação quanto em sala de aula com os alunos.
 Boas indicações literárias nos encontros de formação.
 Durante as formações sempre deixava claro que todos estávamos em processo de formação e sempre que surgia alguma dúvida, procurava não deixá-las sem respostas.
 Trabalho em equipe: equipe gestora e professores foram parceiros um dos outros. (diretora e vice participavam das formações). Uma das características das diretoras, era sempre solicitar as pautas antes da formação para estar mais inteirada sobre o assunto antes de participar da formação.
 Utilização da estratégia tematização da prática.
 Formação para as turmas de 1° ao 5° ano em 2010.
 Organização das duas coordenadoras para os estudos dos materiais da formação. Dia específico para cada uma planejar e estudar para formação. No dia de estudo para não sermos interrompidas pelas professoras o coordenador que não está de planejamento assume os dois grupos o de 1° e 2° ano e o de 3° ao 5° ano.
Resultados
 Em 2010 os alunos do 1º Ano terminaram fazendo atividades de reescrita individual em dupla e coletiva. Mudança na prática de produção de texto.
 O índice de retenção do 2º Ano foi de 12% para 6%.
 Atualmente as professoras trabalham com atividades permanentes, sequência didática e projetos didáticos essas atividades fazem parte da rotina dos professores.
 Maior frequência de atividades de produção de texto no planejamento das professoras com propósitos comunicativos.

Metas para 2011
 Reduzir o índice de repetência do 2º Ano de 6% para 4% .
 Organizar melhor o trabalho com as rotinas das professoras.


Nilda coordenadora da E.M.E.I.E.F Jorge Teixeira – relatou que no início enfrentou alguns problemas quanto à formação dos professores:
• Resistência por parte de alguns colegas de trabalho quanto a colocar em prática o conteúdo discutido na formação.
• Conseguir a participação de todos os professores do 1° ao 5° ano.
• Turmas de 2° Ano apresentavam alto índice de alunos não alfabéticos.
• Professores consideravam o trabalho com projetos didático difícil, diziam que dava muito trabalho, alegando que tinham que ensinar o conteúdo. Ainda não tinham compreensão que os conteúdos poderiam ser trabalhados dentro dos projetos didáticos.

As práticas mais comuns de produção de texto em sua escola:
As produções de textos eram desenvolvidas mais através de gravuras (conforme apresenta a figura ao lado), onde as crianças não sabiam o que, para e para quem escreviam.

Com as discussões nas formações essas práticas foram mudando. É possível ver situações de produção de texto mais organizadas.
Alguns avanços percebidos:
• Professores trabalhando com projetos didáticos e acreditando que podem ensinar os conteúdos dentro das modalidades organizativas.
• As produções de textos escrito pelas crianças apresentam avanço já no início 2011.
• Turmas de 2° Ano de 75% aprovados em 2009 passaram para 85% em 2010.
• As turmas de 1° ano iniciaram com 2% de alunos com a hipótese alfabética e concluíram com 83%.
• Maior exploração do gênero ao propor uma atividade de produção de texto, quanto aos aspectos estruturais.
Finalizou explicitando que logo no início percebeu que a formação por si só não dava conta de promover reflexões, era preciso um acompanhamento contínuo junto com o professor, e nisso a tematização da prática ajudou bastante a reconstruir as práticas em sala de aula. Além disso, fez o seguinte comentário: “... antigamente deixava em uma mesa na sala dos professores livros e revistas, elas nem abriam, pois do jeito que eu deixava no envelope ficava. Agora falo com orgulho, as professoras de minha escola, leem mais, revistas e livros não param mais na mesa... enfim, desafios têm e sempre são muitos. Fácil não é! Porque não basta só desenvolver a formação é preciso acompanhar o professor. Mas é possível."