quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Relatório sobre análise da prática da professora

Alunos: Carlos Eduardo 2° Ano “C”
Professoras: Eulijanes
Coordenadoras: Dulce da S. M. Schmidt e Nelcilene Ferreira Vaz

Ao sermos convidadas a fazer uma atividade de planejamento de diagnóstico na formação do Programa Além das Letras, convidamos a professora Eulijanes, do 2° Ano “C”, para participar dando sua contribuição para a realização da mesma, tarefa solicitada pelos formadores locais, o que prontamente nos atendeu.
Pedimos à professora que planejasse com antecedência o Diagnóstico para que pudéssemos filmá-la. A professora escolheu palavras do grupo semântico de Festa de Aniversário. Organizou as palavras para serem ditadas da polissílaba para a monossílaba e ao final deveria pedir ao aluno que escolhesse uma das palavras escritas para elaboração de uma frase.
Iniciou o diagnóstico pedindo para que o aluno escrevesse seu nome na folha; em seguida ditou a palavra refrigerante e pediu que o aluno fizesse a leitura logo após sua escrita. O aluno escreveu e leu palavra, a qual tinha escrito “REFIGEME”; ao ler ele percebeu que faltava uma sílaba e acrescentou “TE”, ficando a escrita “REFIGEMETE”. A professora pediu que ele lesse novamente e perguntou se estava correta e o aluno disse que estava. Então a professora continuou ditando a segunda palavra. Ditou então a palavra “SALGADOS” e o aluno escreveu “SAGADO”. A professora seguiu a mesma sequência de perguntas e o aluno disse que a escrita estava correta. Ditou a palavra “PASTEL”, e o aluno, talvez por achar mais fácil escrever salgado repetiu a segunda palavra. A professora então levou o aluno a entender qual palavra ela tinha ditado. Ao escrever a palavra ditada ficou da seguinte forma “PATE”. A professora seguiu os mesmos passos nos questionamentos e o aluno disse que sua escrita estava correta. Pediu que o aluno escrevesse a palavra “BOLO” e o aluno escreveu corretamente. Então ela ditou a palavra “PÃO”. O aluno prontamente escreveu “PAÃO” e, ao fazer a leitura percebeu que poderia melhorar sua escrita e mudou “PAU”. A professora seguiu a mesma sequência de perguntas e o aluno disse que sua escrita estava correta. Após a escrita da última palavra a professora pediu que o aluno escolhesse uma das palavras escritas e elaborasse uma frase. O aluno ficou um tempo pensando e depois de algumas perguntas da professora em relação à palavra escolhida, escreveu o nome do sabor do bolo que gostava, “MORÃO”. A professora questionou se a palavra escrita correspondia à escolhida e o levou a perceber que não e o aluno percebeu que era a palavra “BOLO”. Então pediu que escrevesse uma frase e que nela estivesse inserida a palavra escolhida. O aluno escreveu “BOLO MORÃO”. A professora pediu que fizesse a leitura e o aluno leu “BOLO MORANGO”, então a professora acabou oralizando a frase para o aluno e ele confirmou dizendo que era isso mesmo que escreveu. A professora perguntou se escrita estava correta e ele disse que sim. Depois de analisar a escrita do aluno, a professora o classificou na hipótese Silábica Alfabética, pois ele escreve faltando algumas letras.
Através da observação desse vídeo podemos chegar à conclusão de que a professora planejou o diagnóstico dentro de um grupo semântico, ditando as palavras da polissílaba para a monossílaba, ao término da escrita das palavras pediu que o aluno escolhesse uma palavra para produzir uma frase. Essas ações mostram que houve um empenho por parte da professora em planejar e desenvolver um bom diagnóstico conforme as aprendizagens na formação. Em relação às intervenções nos pareceu que poderiam ser mais intrigantes. A professora perguntava ao aluno se a escrita estava correta, o aluno lia e dizia que sim, porém em nem um momento ela levou o aluno a colocar em jogo seu conhecimento com perguntas desafiadoras. Isso pode ser observado, tanto na escrita das palavras quanto na escrita da frase. Em relação à hipótese do aluno sobre a escrita, a professora o classificou em Silábico Alfabético. Concordamos com a professora, pois o aluno escreveu faltando algumas letras e faz parcialmente, a correspondência do som à escrita.
A tematização foi feita com a formadora local Sandra Duarte, onde durante a observação do vídeo foi constatado que houve muitos pontos positivos: escolha de palavras do mesmo grupo semântico “Festa de Aniversário”; organização das palavras a serem ditadas da polissílaba para a monossílaba; permitiu que o aluno fosse autônomo na escolha da palavra escrita para elaboração de uma frase. Porém as intervenções da professora não fizeram com que o aluno avançasse, ou que pensasse sobre o que escreveu, colocar em jogo o seu conhecimento sobre a escrita. O vídeo nos mostra que esse aluno não tem o conhecimento do que seja uma frase, o que levantou uma dúvida na formadora. Então ela nos questionou em relação a essa situação, perguntando se essa professora trabalha com textos ou palavras soltas. Foi dito a ela que a professora trabalha muito bem a alfabetização, utilizando textos, sendo que a grande maioria dos alunos se encontra Alfabéticos e, esse aluno participa da recuperação paralela apresentando muita dificuldade de aprendizagem.
Durante a tematização com a professora pedimos que ela fizesse a pontuação positiva do desenvolvimento do diagnóstico e observasse em que precisaria melhorar. Deixamos claro para ela que o intuito desse momento não seria avaliá-la, mas encontrar meios para melhorar a sua prática. Ao assistir o vídeo a professora percebeu que apresentou vários pontos positivos, como planejar o diagnóstico dentro de um grupo semântico, ditar as palavras da polissílaba para a monossílaba, ao término da escrita de palavras, pedir que o aluno escolhesse uma palavra para produzir uma frase. Como pontos que podem ser melhorados, ela apontou seus questionamentos para levar a criança a pensar sobre a escrita, o que não aconteceu durante o desenvolvimento do diagnóstico. Foi questionado a ela sobre o conhecimento do aluno em relação à construção de frases, pois se percebe que no vídeo o aluno fica sem ação, como se não soubesse “o que seria uma frase”, esperando pela ajuda da professora. A resposta para esse questionamento foi que durante as aulas e com algumas limitações, o aluno consegue construir frases com a ajuda da professora e visualizando uma gravura, porém no momento do diagnóstico, ela não sabe o que aconteceu que o aluno teve essa reação. Em relação aos questionamentos da professora foi sugerido a ela que chamasse a atenção da criança para a correspondência da fala com a escrita, utilizando a ficha para descobrir as letras de acordo com a leitura da palavra; para a construção de frases foi sugerido que pedisse que o aluno verbalize a frase antes de escrevê-la. Isso ajudará o aluno avançar em seu processo de aquisição da escrita.