terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Depoimento da Professora Maria Aparecida Lopes de Meira

Escola Florestan Fernandes
No dia primeiro de setembro de dois mil e dez, eu juntamente com meus alunos do 1° ao 5° de uma classes multisseriada escrevemos uma receita diferente.
Antes de apresentar aos alunos o objetivo da atividade perguntei para os mesmos os que sabiam sobre receita. As respostas foram as mais variadas possíveis,me deixando encantada..
Com um jeito simples e um olhar tímido o aluno Uelismar, do 1 ° ano disse que sua mãe tinha em casa, varias receitas médicas, foi quando um outro aluno o Douglas também do 1 ° ano sorriu e falou:
- Nós estamos falando de receita de bolo e não de receita de remédio.
Aproveitei a ocasião e perguntei para o Douglas, qual era a diferença de uma para a outra.
E ele mais que depressa respondeu. – A receita do médico era para comprar o remédio e a de bolo era só preparar para comer. Confesso que fiquei surpresa com a resposta do aluno, expliquei quais eram os componentes de uma receita culinária e que esse tipo de texto é instrucional, pois apresenta instruções a seguir.
Apresentei algumas e receitas e depois convidei os alunos para fazermos coletivamente uma receita, uma receita diferente. A turma sugeriu que escrevêssemos uma receita pra fazer amigos.
Nessa atividade de produção atuei como escriba, para despertar neles alguns comportamentos de escritor, durante a produção preferi ouvi-los e escrever o que eles em conjunto ditavam. Tive certa dificuldade, pois todos queriam falar ao mesmo tempo, foi quando recorri ao nosso cartaz de combinados e reforcei quem quisesse falar era só levantar a mão.
Resolvido o problema continuamos com a atividade, os alunos ditaram os ingredientes que iriam compor a nossa receita e o modo de fazer. A experiência foi muito boa.

REFLEXÃO NA E SOBRE A AÇÃO

Ao longo das formações deste ano, inúmeras foram às aprendizagens, nos deparamos com muitas conquistas, foi possível mesmo diante das dificuldades construir bons trabalhos, contudo ainda é percebido algumas resistências diante do novo, o que é comum, não é verdade?
Délia explica no livro Ler e Escrever na Escola: o Real, o Possível e o Necessário, que “o “novo” preocupa pelo simples fato de ser novo”. Às vezes temos que nos colocar no lugar do outro, “o “velho” tranquiliza apenas pelo fato de ser conhecido” o que talvez, seja o motivo de encontrarmos profissionais que temem arriscar-se em fazer a transposição dos conhecimentos teóricos adquiridos nas formações para suas práticas.
Sabemos que não é fácil para professor desencadear processos de reflexão sobre sua prática, por isso a importância da figura do formador. Para ele deparar com as mudanças nas práticas em sala de aula é fundamental reforçar a importância da formação contínua dentro da escola, como bem cita Imbernón “ é um processo que tem a finalidade de provocar a mudança, a melhora, a inovação e seja entendida como estratégia para mudança específica ou como estratégia de mudança organizativa. Porém para encontrar uma melhora, os professores tem que encontrar soluções para situações práticas; o professor precisa partir da prática para voltar a ela num processo de mudança”.

Claudiene D. da Silva