sexta-feira, 6 de setembro de 2013

APRENDENDO COM AS LISTAS



 Professora Gracilene - 1º Ano
1ª etapa
Organizei uma roda de conversa, falei que durante alguns dias realizaríamos algumas atividades de sequência de listas, explicando que no final iríamos preparar uma mesa de frutas para degustação. Para iniciar a sequência pedi que cada um falasse a sua fruta preferida, conforme iam falando e eu registrava em um cartaz, que denominamos “O cartaz de frutas preferidas da turma”.
Logo após, fiz os seguintes questionamentos: Como está organizada a lista que acabamos de escrever?  Obtive várias respostas. Mas minha intenção era que eles notassem a organização de uma lista, e o aluno Kaio logo identificou uma de suas características dizendo a lista está organizada com um nome embaixo do outro”. Porém no meio de nossa observação o aluno Kaiky comentou “a lista é para não se perder”, em outras palavras ele quis dizer que a lista é uma organização que ajuda a não se esquecer do que vai fazer.
Convidei os alunos para observar a lista de nomes próprios e de frutas que estavam expostas na sala e perguntei: qual a diferença da LISTA DE FRUTAS para a de NOMES PRÓPRIOS? A aluna Heloisa observou e disse que a lista de nomes próprios está em ordem alfabética, já a lista de frutas não.
Minha intenção é que eles percebessem a diferença entre a lista de nomes e de frutas. Tendo como objetivo levar os alunos avançarem em seus conhecimentos, despertando a capacidade e o desejo da escrita, ampliando o repertório de palavras já conhecidas.
 2ª etapa:
Retomei a aula anterior sobre a lista de frutas que elaboramos e disse neste dia iríamos conhecer outra lista. Iniciei a aula falando que tinha em mãos uma lista de material escolar (BORRACHA, CADERNO, COLA....),  e em dupla teriam que ler  quais materiais estavam escritos na lista. Passando pelas duplas percebi que várias crianças utilizavam da letra inicial e final para justificar sua leitura. A aluna Ingrid leu a palavra COLA, olhando para sua lista ficou contente quando a encontrou, me disse encontrei COLA! Ainda circulando pelas duplas me deparei com um problema dos alunos Nathan e Vitória, ambos liam no lugar de BORRACHA, BANANA, foi o que me levou a retomar com os alunos que a lista que estava em suas mãos era de MATERIAIS ESCOLARES, mesmo assim, eles insistiam em nome de frutas, mas quando perguntei a eles o que trazem na mochila? Foram recordando e encontraram a palavra LÁPIS, depois rapidamente a palavra CADERNO e assim por diante. Foi muito interessante esse momento, pois pude evidenciar que realmente quando oferecemos condições didáticas, são capazes de produzirem melhor sobre os desafios que propomos.
Em seguida convidei três duplas para expor suas opiniões. A primeira dupla encontrou uma palavra, convidei a ir até a lousa para escrever qual foi a palavra encontrada. A aluna Ingrid disse: “APONTADOR” escreveu na lousa e falou que é CADERNO. Perguntei a ela porque ali estava escrito CADERNO: ela me disse porque começa com A e termina com R. Notei que buscam se apoiar às vezes pelo som de letras iguais que contém em determinadas palavras, mesmo sem saber ler convencionalmente.
O aluno Gabriel falou todas as palavras e quando perguntei a ele por que ali estava escrito APONTADOR, BORRACHA, entre outras, ele disse que sua amiga o ajudou, então, fui até a mesa perguntei como chegaram a essa conclusão e a aluna Maria Eduarda falou: “está escrito, apontador, borracha, caderno, lápis, cola”. Maria Eduarda justificou utilizando as letras iniciais. Percebi que diante dos questionamentos buscaram apoio nas iniciais das palavras e assim usaram de estratégias antecipação e verificação.



3ª etapa
No dia seguinte organizei a sala em duplas e explique que tinha em mãos uma folha com listas variadas e fiz a leitura para eles: Lista de compras, sabores de sorvete, material escolar e profissões. Pedi que encontrassem a lista de sabores de sorvete, logo após convidei alguns para exporem suas opiniões. A dupla Kaio e Ingrid rapidamente identificaram o sabor morango. Questionei como chegaram a essa conclusão? Kaio disse que morango começa com M e termina com O, já a dupla João e Cinthia encontraram dois sabores LARANJA e BANANA. Questionei por que ai estava escrito a lista sabores de sorvetes. A dupla disse que na palavra laranja tem L e A que forma LA e termina com JA e na palavra banana os dois últimos pedacinhos são iguais. Observei que ampliaram seus conhecimentos mesmo sem saber ler convencionalmente, buscando estratégias de leitura.  Meu maior propósito além de incentivá-los a utilizar o uso das estratégias diferenciadas de leitura, com intuito de se familiarizar com o gênero listas e apropriarem-se de suas características.

Continuando a sequência didática, conversei sobre passeios em lugares que servem lanches na cidade, assim perguntei se iam à lanchonete. Disseram que sim e que até liam com os pais, os cardápios oferecidos, então falei que tinha trazido um folder de uma lanchonete onde tinha várias listas de PIZZA, SANDUICHE, SUCOS, REFRIGERANTE, e pedi para eles lerem e localizar onde estava escrito a lista de suco. O aluno Erick encontrou a lista de suco, então, perguntei a ele porque ali estava escrito suco e ele me disse: SUCO começa com SU e termina com O e até identificou CAJU, perguntei a ele porque ai esta escrito caju, me disse: CAJU esta escrito no meu livro em seguida pedi  que a aluna Julia lesse para a turma a lista de sabores de pizza.  Pude perceber que os alunos buscam estratégias de leitura com entusiasmo e quando lhes é oferecido condições e que faz parte do seu cotidiano, conseguem ampliar seu repertório de palavras.
Na sequência, pedi aos alunos alfabéticos que escrevessem alguns sabores de pizza e eles conseguiram escrever. Trouxe também uma receita do modo de fazer uma pizza, li e pedi para os mesmos escreverem. Dessa forma, apresentei mais um desafio: pensar na organização desse texto.


4ª etapa
Para propor momentos de reflexão sobre o sistema de escrita, organizei os alunos em duplas e perguntei quem se lembrava da fruta preferida da Heloisa, logo alguns responderam que era ABACAXI. Em seguida entreguei o alfabeto móvel para montarem o nome da fruta. Passando pelas duplas notei que os alunos Ana e Emanuel, estavam com dúvidas para encaixar as letras corretas. Emanuel montou ABAKA a Ana veio e modificou usando a letra C, logo Emanuel completou com sílaba XI, sem questionamento. Logo após, pedi que relembrassem a fruta preferida da Nayara (PERA) solicitei que montassem com alfabeto móvel, depois convidei alguns alunos para escreverem na lousa. O aluno Matheus, escreveu PEA, em seguida convidei o aluno Kauã, que escreveu PACA. Então, questionei porque a escrita dele estava diferente da escrita do colega, e ele justificou que havia acrescentado letras que o colega não tinha colocado. Pude perceber o quanto essa atividade despertou nos alunos o interesse e aprendizagem pela escrita, interagindo com colegas de forma prazerosa e assim tomando decisões da própria escrita.

 5ª etapa
Organizei uma roda de conversa para relembramos as frutas preferidas da turma, ao iniciar, o aluno Erick rapidamente disse que se lembrava das frutas de quase todos os colegas. A aluna Geovanna disse que gosta de maçã, logo o Erick falou: antes você disse que gostava de BANANA. Então, Geovanna disse: realmente era BANANA é que eu havia me esquecido.
Em seguida propus uma atividade de tarjeta, explicando que eles teriam que identificar algumas frutas que estavam escritas na tarjeta, que apenas a letra inicial ou final estaria à mostra. O objetivo dessa atividade foi de levar os alunos a se expressarem e organizarem suas ideias sobre o que está escrito.    

  6ª etapa:
     
Inicie aula explicando que alguns alunos iriam escrever uma lista de ingredientes para fazer a pamonha, e outros teriam que escrever o modo de fazer a pamonha (alfabéticos). Essa etapa foi para avaliar o aprendizado dos alunos depois da realização da sequência didática.
 Em seguida, organizei uma mesa de frutas para degustação, em que os mesmos puderam saborear.




Avaliação
 Observei através do diagnóstico que os alunos avançaram significativamente de hipóteses de escrita, alguns alunos permaneceram na mesma hipótese, porém avançaram na representação da escrita e linguagem do gênero.



Autoavaliação

Foi gratificante desenvolver esse trabalho, uma vez que me encontrava perguntado o que fazer para que meus alunos avancem neste primeiro ano que atuo na turma de alfabetização. Aprendi que é necessário dedicação ao executar algo desejado de forma prazerosa, com assiduidade e comprometimento profissional, de formar a alimentá-las com boas condições didáticas. É importante que o aprendizado dos alunos seja priorizado, através da busca de novos conhecimentos dos educadores, tendo como subsídio a Formação Continuada.
Ao fazer uma análise dos registros e comparar o diagnóstico inicial e final, conclui que os alunos a cada etapa evoluíram com as atividades propostas e assim me fez refletir o quanto é importante registrar passo a passo cada etapa da sequência, bem como oferecer condições adequadas de acordo com a necessidade de cada aluno.

Nenhum comentário: