Em uma roda de conversa iniciei o projeto de
Contos de Aventura com meus alunos do 3º ano falando um pouco sobre o que iríamos
fazer durante o desenvolvimento.
Assim comecei com a leitura do livro de
Robinson Crusoé, porém não li tudo em uma única vez, planejei a leitura do
livro por partes e sempre que chegava a uma parte onde gerava certa expectativa
eu parava a leitura para retomar em outro momento. O que os deixava eufóricos,
ansiosos e curiosos para saber o que ia acontecer na sequência da história,
haja vista que o livro tem coisas diferentes como naufrágio, canibais, viagens,
suspense, fuga, e tudo isso faz parte das características dos contos de
aventura, isso gerava um entusiasmo em saber mais.
Depois de terminado a leitura do livro,
conversei com os alunos a respeito dos textos de autoria, pois os mesmos sempre
fizeram reescritas, falei que iríamos produzir um conto de aventura, esse de
autoria da turma, contudo para isso precisávamos definir algumas coisas
importantes para escrever:
Comecei perguntado:
O que vamos escrever? Um conto de Aventura, assim como de Robinson
Crusoé.
E para quem vamos escrever? A aluna Andressa falou que poderia ser para os pais e
para todos os alunos da escola. Todos concordaram e continuamos.
E o que vamos fazer com os textos? Algumas crianças disseram que poderia ser exposto em um
cartaz e ficarem no pátio da escola, outras acharam que não que poderia ficar
em uma pasta para que eles pudessem levar para casa. Mas surgiu o questionamento “E as outras crianças
da escola como que vão ler se vamos colocar em uma pasta e levar para casa?”
Foi então que o Vitor Hugo falou que poderia fazer um livro e deixar na
biblioteca assim todo mundo que quisesse poderia pegar emprestado ou ler na
biblioteca mesmo. Perguntei se todos concordavam e foi unânime a aceitação de
fazer o livro e deixar na biblioteca.
Perguntei onde seria a nossa aventura e
saíram muitos lugares como em uma ilha, no deserto, na floresta amazônica, e a
última hipótese foi a mais votada. Fui anotando tudo no quadro e depois passei
para um cartaz que ficou afixado na parede da sala para possíveis consultas
durante o processo de escrita do texto.
Como a aventura seria na floresta Amazônica e
ninguém havia estado lá resolvi levar as crianças para a sala de informática e
fomos pesquisar sobre a floresta, o que tinha lá, quais animais, os perigos, as
plantas existentes, os rios e quais os meios de se chegar lá. Imprimimos as
pesquisas e montamos cartazes.
Em outro momento planejamos o conteúdo
temático, pois como se travava de um texto de autoria ainda não tinha o
conteúdo temático, teríamos que planejar as ideias gerais do texto. Falei para
os alunos que se íamos fazer uma viagem pra viver essa aventura na Floresta Amazônica
teríamos que ter um motivo para fazer essa viagem.
Ouvi as crianças fui perguntando e anotando as sugestões na lousa para decidirmos
qual seria a escolhida. A lousa ficou da seguinte maneira:
Que iríamos fazer uma pesquisa sobre as
plantas da Floresta Amazônica;
Que iríamos de ônibus até Porto Velho e lá embarcaríamos
em um avião para Manaus, lá ficaríamos em um hotel, depois para a floresta.
No caminho nos perderíamos, encontraríamos contrabandistas
de animais, seríamos presos por eles, depois seríamos libertados, encontraríamos
índios, retornaríamos ao hotel, libertaríamos os animais e voltaríamos para casa
sem fazer a pesquisa, mas pensando em voltar.
Em outra etapa fomos planejar o texto e
comecei perguntado se eles lembravam como começou a história de Robinson
Crusoé, e depois de ouvir as resposta fiz a leitura do início para que os
alunos relembrassem, pois isso poderia ajudar na escrita do nosso texto.
Em cartaz apresentei as seguintes partes
planejadas anteriormente para voltarmos nelas quando escrever o texto:
Na primeira parte ficou
assim: Alunos planejam pesquisa de plantas na floresta amazônica para trabalho
da escola.
Segunda parte; Alunos
viajando de ônibus até Porto Velho para pegar avião para Manaus.
Terceira parte: Alunos
chegavam em um hotel e iriam fazer a pesquisa.
Quarta parte: Grupo se
perde e é encontrado por contrabandistas e presos. Quinta parte: Alunos são salvos e voltam para o hotel sem a
pesquisa.
Depois que apresentei as partes para os
alunos eles acharam que assim ficava mais fácil de escrever o texto.
Assim começamos a escrita do texto, a medida
que eles iam falando eu ia escrevendo no quadro e questionando, fazendo
intervenções que ajudassem na produção conforme o que planejamos. Também nesse momento fazíamos a revisão
processual, quando eu achava que poderíamos fazer alguns ajustes no texto os
convidava a fazer questionando alunos sobre as palavras que ficavam melhor, se
a palavra é adequada para quem vai ler o texto ou não.
Ao terminar a escrita do texto passamos para
a revisão posterior, pois já tínhamos o texto inteiro. Nesse momento foi
possível trabalhar melhor as articulações, como ele pode se organizar melhor, o
efeito que esse texto vai ter para quem vai ler.
Ao concluir o projeto aprendi quanto é
importante fazer todo esse trabalho com as crianças, aparentemente parece ser
trabalhoso porque não estamos acostumados a fazer desse jeito, principalmente ensinando-os
a planejar o texto e o conteúdo.
Meus alunos aprenderam um tanto, a
participação deles na escrita foi maravilhoso uma coisa bacana foi explicitação
sobre características do gênero que deveria ser encaixado no texto e cada
sugestão eu vibrava.