domingo, 26 de agosto de 2012

Livro didáto/Projeto didático.Suas contribuições.

     Recorte retirado do relatório das Coordenadoras Cleuza e Leticia da Escola Professor Levi


  “Depois da retomada do encontro anterior reservamos um momento para que os professores analisassem detalhadamente os livros didáticos, cada professor analisando os livros do ano correspondente.
        Os professores de 3º ao 5º ano observaram as propostas de produção de textos a fim de identificar se ofereciam ou não condições didáticas para que os alunos se aproximem da linguagem que se usa para escrever com propósitos comunicativos definidos.
        Os professores  de 1º e 2º ano a análise consistia em observar se no livro didático apresentava ou não propostas de atividades em que proporcionassem condições didáticas necessárias para que o aluno reflita sobre o sistema de escrita, se as atividades estão inseridas num contexto real ou somente são atividades escolarizadas, soltas, desvinculas de um contexto real.
        Observando a análise dos professores, a princípio achavam que os livros que analisaram garantiam sim condições suficientes para os alunos serem bons leitores e escritores, tanto para os grupos que analisavam o conteúdo  produção quanto para os que analisavam o conteúdo sobre a reflexão da língua. Mas aos poucos, através das intervenções feitas, nós, puderam analisar mais a fundo e observar que em sua maioria, nos livros observados as atividades de produção de texto nem sempre apresentam as características necessárias do gênero textual para que o aluno desenvolva textos de qualidade,  pois trazem propostas pobres, escolarizadas, desvinculadas de um contexto onde as crianças poderão seguir uma linha de raciocínio e assim produzir um texto de qualidade, uma grande ausência de um propósito comunicativo, apresentam mais imagens, não aprofundam as características do gênero e quase sempre não definem a função comunicativa e destinatário. Comentamos também que limita o conhecimento do aluno, pois não abre espaço para que ele pense sobre o que e como vai escrever, os subsídios oferecidos para isso são poucos. Assim nos perguntamos como tornar o aluno um bom produtor de texto oferecendo poucas condições didáticas? A professora Andréia colocou sobre a importância de realizar esta análise mais aprofundada em relação a escolha do livro, que não tinha se atentado a isso, principalmente em relação a produção de texto.
        Na análise realizada pelos professores de alfabetização observamos que os mesmos por si só conseguiram identificar atividades inseridas no livro que  traziam pouca ou quase nenhuma aprendizagem aos alunos. Tais como, circular a letra inicial, pintar a vogal, cobrir pontilhados e outros.
         A professora Marisa comentou que algumas atividades no livro em que pesquisou não traziam desafios aos alunos. Então enfatizamos que alguns limitam a aprendizagem, por não dar liberdade a criança de construir sozinha suas hipóteses de escritas, trazem atividades isoladas, sem nenhum propósito claro, e em sua maioria não abre espaço para que a criança exponha o que sabe, trazendo atividades ultrapassadas de  fixação de vogais, consoantes ou identificação de letras. A professora Leidyjane  comentou também que no livro  analisado por elas apresentavam atividades mais voltadas para o método silábico, explorando as silabas separadamente, fugindo da proposta que trabalhamos que é pela concepção construtivista.
       Encerrando os comentários lançamos a seguinte pergunta aos professores: O livro didático pode ser usado como única fonte de apoio ao professor? Justifique.
      Todos comentaram que não, pois não  oferecem condições  didáticas necessárias para que garanta aos alunos uma aprendizagem de qualidade, e que o livro deve ser apenas um suporte a mais para o professor planejar suas aulas. Enfatizamos também que as atividades são bastante superficiais, sem uma sequência didática, não se aprofundam em relação ao conteúdo estudado, principalmente quando o assunto é produção de texto em que o gênero deve ser trabalhado de forma com que o aluno se familiarize com ele e possa revelar suas características em suas produções textuais.
     Cessando a discussão sobre o livro didático solicitamos aos professores a análise dos projetos didáticos, tendo como objetivo construir condições para que os professores pudessem identificar a diferença de se trabalhar com atividades soltas das que envolvem uma sequencia de atividade qual apresenta um  contexto  real.
     Para esse momento de reflexão questionamos: De que forma as atividades foram encaminhadas nos projetos didáticos que entregamos? Qual a diferença das atividades apresentadas no livro didático com as propostas das atividades apresentadas nos projetos didáticos? E também ao analisarem os livros e os projetos, em qual das situações era possível identificar a progressão dos desafios?
         Ao socializarmos, observamos que os professores notaram como é mais vantajoso trabalhar utilizando um veículo de aprendizagem mais completo, onde os desafios são apresentados de forma crescente, de acordo com o conhecimento adquirido pelo aluno ao longo do processo.
          A professora Danyleni colocou que as atividades desenvolvidas nos projetos são mais completas, pois  trazem maior desafio aos alunos e assim conseguem aprender  mais rápido.  Acrescentamos que nos projetos e sequencia didáticas as atividades são organizadas  e planejadas de forma que cada passo realizado os desafios são aumentados  gradativamente, já nos livros didáticos as atividades em sua maioria apresentam–se isoladas.
       Notamos que através das discussões e comparações entre as duas situações apresentadas os professores entenderam que dentro de um projeto didático a possibilidade de aprendizagem é bem mais completa e significativa para o aluno, pois promove a oportunidade de maior reflexão sobre o sistema de escrita e aproximação das crianças da linguagem escrita deixa  claro as funções comunicativas facilitando o aprendizado do aluno.
       Finalizando o encontro, sugerimos como tarefa  que escolhessem um dos projetos didáticos apresentados nesta formação para desenvolverem com seus alunos fazendo as adaptações necessárias para socializarmos o resultado final no próximo encontro de formação.
       Enfim, foi um encontro proveitoso, percebemos o interesse dos professores em inovar suas metodologias e temos certeza de que este encontro desenvolveu neles a preocupação em analisarem detalhadamente os livros que oferecerão aos seus alunos durante alguns anos .”

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