segunda-feira, 9 de abril de 2012

 PAUTA ELABORA PELA COORDENADORA ELIANE TEIXEIRA


PROGRAMA DE FORMAÇÃO ALÉM DAS LETRAS
Leitura e escrita pelo aluno
1ª PAUTA – 2012



Escola Ireno Antônio Berticelli
Data:
Formadoras: Eliane de Araújo Teixeira e Judite Brasilina Público alvo: professores de 1 º e 2 º Ano


Objetivo do encontro

Ø  Retomar as discussões sobre o conteúdo leitura e escrita pelo aluno discutido no ano de 2011 de modo a pontuar conquistas evidenciadas e dificuldades que ainda permanecem no grupo.
Ø  Tematizar a prática de uma professora da escola realizando um diagnóstico de hipótese de escrita de modo a observar quais pontos relevantes na sua ação e quais investirem.
Ø  Apresentar o calendário das formações de modo a falar sobre a organização da formação do Programa Além das Letras na escola bem como fazer alguns combinados quanto ao desenvolvimento das formações dentro da escola.


Conteúdo do encontro

Leitura e escrita pelo aluno

Encaminhamentos

Ø  Pedir autorização da professora para exibir o vídeo dela na formação.
Ø  Estudar a pauta e os demais materiais que fará parte dessas discussões para aprofundar os conhecimentos.
Ø  Imprimir os materiais para a formação.
Ø  Pedir para que as professoras levem para a formação um registro das aprendizagens evidenciadas no ano anterior sobre o conteúdo leitura e escrita pelo aluno.


Abertura (30min)

1.     Compartilhar a pauta.
2.     Leitura em voz alta feita pela coordenadora Eliane Fazer à leitura da crônica de Clarisse Lispector A descoberta do mundo. Antes de a leitura apresentar o gênero falar um pouco da autora, depois deixar que o grupo comente sobre o texto.
3.     Agenda cultural. Indicar livros revistas, blogs, filmes e eventos culturais.
Dicas da formadora.
Ø  Revista nova escola alfabetização, mês de abril, já nas bancas.
Ø  Livro. NICOLAU, José Gregori Filho. Literatura Infantil múltiplas linguagens na formação de leitores. São Paulo, Editora Melhoramentos 2009
Ø  NASPOLINI, Ana Tereza; Tijolo por Tijolo. Prática de Ensino de Língua Portuguesa; São Paulo 2009.

Proposta 1 (1h 30 min) - Retomada do encontro anterior
Pretendemos nesse momento retomar o conteúdo refletido o ano passado. Quanto aos avanços parte os professores já apresentam na sua prática melhorias já outra parte ainda precisamos voltar um pouco o conteúdo algo que faremos no momento de estudos, encontros e planejamentos. Abaixo um pouco do que esperamos na conversa.

1.     Solicitar que em dupla as professoras preencham o quadro abaixo.
Questão: Pensando no conteúdo leitura e escrita pelo aluno discutido o ano passado quais são os avanços e dificuldades que ainda permanecem?


AVANÇOS DA FORMAÇÃO


DIFICULDADES QUE AINDAPERMANECEM?


Ø  Aprendemos sobre a importância do planejamento do diagnostico par sua realização.
Ø   Escolha do grupo semântico com palavras polissílabas, trissílabas, dissílabas e monossílabas. Não conter palavras ambíguas
Ø  Iniciar ditando do maior para o menor, fazer intervenções planejadas solicitando a leitura deixar que o aluno marque com o dedo.


Ø  Planejar projetos e sequência didática em que as atividades atendam todos os alunos em diferentes hipóteses.
Ø  Agrupar os alunos de modo que possa haver trocas de conhecimentos.
Ø  Escolha de outros grupos semânticos, pois ainda permanece somente o de frutas e de animais. Também há professores que começam a lista de palavras com um grupo semântico e nas ultimas palavras escolhem umas que não pertencem ao grupo semântico supostamente determinado.
Ø  Colocar em prática o conhecimento teórico.
Ø  Estudos e pesquisas, fazer leitura de textos e livros teóricos como suporte a prática.


Ø  Fazer a socialização com o grupo e sistematizar a importância do planejamento desse diagnóstico (grupo semântico, ordem das palavras) e de fazer as intervenções solicitando a leitura após a escrita de cada palavra para saber o que o aluno sabe e o que ele  precisa saber sobre o sistema de escrita. Após fazer a socialização sobre os desafios que permanecem pontuar a importância do professor está conhecendo a psicogênese da língua escrita, pois o suporte teórico auxilia o professor no momento realização do diagnóstico, escolher atividades adequadas e fazer os agrupamentos produtivos em sala. Ainda durante a socialização perguntar se há algo mais a acrescentar no quadro e completar o quadro se precisar. Como formadoras ficaremos atentas ao que precisamos investir e à medida que for acontecendo os encontros vamos incluindo na pauta os conteúdos que possa a torna os investimentos em avanços.


2.     Ainda com intenção de relembrar o conteúdo discutido em 2011, iremos propor a atividade proposta no quadro que por meio da orientação as professoras irão refletir por que e para que serve algumas orientações. Pensamos que essa atividade dará uma oportunidade de voltar ao conteúdo e também ajudará na compreensão dos que ainda apresentam dificuldades, assim solicitaremos que em dupla as professoras façam a leitura do texto Porque que e como saber o que sabem os Alunos” PROFA  (Anexo 1). Em seguida preencher o quadro sobre as  condições necessária para o diagnóstico.
3.     Depois socializar. Durante o diálogo acrescentar o que não surgir na conversa e formar um quadro coletivo para visualizar porque e para que serve cada orientação.


Orientações
Por que/para que?
1.     A atividade deve ser realizada individualmente.

  1. Lista de 4 palavras: poli, tri, di e monossílabas e que as sílabas das palavras contíguas não se repita as mesmas vogais.

  1. Palavras em ordem decrescente em relação ao número de sílabas.














  1. Ditar sem forçar a silabação das palavras.


  1. Solicitar a leitura da criança.


  1. Não corrigir.
1.     Conhecer o que cada aluno já sabe e o que não sabe sobre o sistema de escrita.
  1. As duas exigências para que algo esteja escrito: quantidade mínima de letras e variedade de letras. O item 3 completa essa justificativa

  1. Se a lista não for decrescente em relação a extensão das palavras, corremos o risco de perturbar a criança a ponto dela não se propor a fazer a sondagem já que logo de início, ditando uma palavra monossílaba, criamos um impasse – já que ela acredita que palavras com poucas letras não são legíveis - que no momento ela não tem como resolver. Nessa ordem também descobrimos a quantidade mínima que a criança aceita para que algo esteja escrito.
  2. Ao forçar a silabação o professor procura evitar o erro. Não há necessidade de silabar

  1. Verificar se o aluno ajusta o falado ao escrito. Muitas vezes ao escrever ele não se preocupa com essa relação – fala e escrita – mas no momento em que lê, justificando sua escrita, isso se torna observável para ele. São os casos de alunos que, por exemplo, ao escrever, CAMELO, escrevem assim: RUBNOAI e no momento de ler dizem apontando:
R – p/ ca
U - p/ me
B - p/ lo
É exatamente a leitura que possibilita ao professor afirmar que sua escrita é silábica e não pré-silábica como o arranjo escrito sugere.
  1. O objetivo é saber o que a criança pensa. A situação é diagnóstica.


Proposta 2 (2h) – Análise da prática de uma professora realizando diagnóstico
1.Convidar o grupo para assistir ao vídeo do aluno Lucas 1º Ano B da Professora Flordenice. Analisar o vídeo e as escritas dos alunos Lucas (nossa análise completa no anexo 3). Lembrando que o vídeo já foi autorizado pela professora. Questões norteadoras:

a)A partir do texto lido por vocês e o quadro preenchido o que foi garantido nesse diagnóstico realizado pela professora Flordenice?
No planejamento cuidou  de não colocar palavras com sílabas contíguas, a lista começou do polissílabo, trissílabo, dissílabo e monossílabo porém a professora colocou os monossílabos que não faziam parte do grupo semântico (MÃO e PÉ), na devolutiva a essa professora ela justificou que não tem frutas com uma sílaba, o que não justifica, pois estamos tratando de um grupo semântico poderia ser UVA, pensamos que faltou planejar maior a situação. Percebe-se que houve uma preocupação da professora a cada escrita solicitar a leitura, entendendo que a leitura é tão importante quanto à própria escrita, pois a leitura permite o professor verificar se o aluno estabelece algum tipo de correspondência entre partes do falado e do escrito o que está pensando sobre o que escreve. Na realização do diagnóstico faltou à professora solicitar a frase. Porque será que ela não faz isso? Algo que podemos deduzir que pode está relacionado ao conceito que tem sobre isso, de não compreender como uma rica fonte de informação para estudar os conhecimentos dos alunos.

b)Qual  intervenção a professora fez para que o aluno Lucas refletisse sobre a sua própria escrita ?
Solicitou a leitura após a escrita de cada palavra. Observa-se  que quando o aluno Lucas escreveu a palavra JABUTICABA e a professora pediu que lesse assinalando com o lápis ele repensou sua escrita.

c)Em que hipótese de escrita está Lucas ? Mostrar em slide a escrita de Lucas. (anexo) para elas relembrarem. Qual a importância de saber as hipóteses de escritas das crianças? O aluno Lucas se encontra na hipótese silábico com valor sonoro convencional por que sua escrita atribui exatamente uma letra para cada som emitido. Segue um quadro do que a professora dita e o que o aluno escreve:
PALAVRAS DITADAS PELA PROFESSORA


ESCRITA DE LUCAS

JABUTICABA
OEO- primeira escrita
OEODA - a professora solicitou a leitura da palavra para Lucas, e no momento que marcava percebeu que faltava letras, assim acrescentou mais letras. Essa escrita apresenta uma letra para cada sílaba, mas como é interessante assistir o vídeo pois dá oportunidade de entender como Lucas compreende a escrita. No momento da leitura  em vez de dizer JABUTICABA ele lê JABOTECABA.  Pensamos que um pouco mais de intervenção da professora ele perceberia a troca que fez entre o E e o O.  Mas de qualquer forma há uma preocupação do aluno a atribuir valor sonoro a sua escrita. Na última sílaba ele apresenta a correspondência sonora na escrita.
ACEROLA
ACOS – observa-se que a professora dita duas palavras polissílabas. É bom saber o porquê dessa escolha. Nessa escrita ele apresenta uma qualidade maior, atribuindo sonoridade a 3 silabas.
AMORA
AOL – Também        atribui exatamente uma letra para cada som emitido, a questão do L no lugar da sílaba RA é porque a criança fala AMOLA.
CAJU
KU – nessa escrita tira uma dúvida, pois até o momento ainda aparecia uma dúvida  será que ele esta usando mais letras do nome? Mas quando ele usa essas letras para representar a palavra CAJU demonstra compreender que cada letra representa uma sílaba falada e o que escreve corresponde com o som convencional.
MÃO
OKU –                                                                       
AOKU – Nessas duas escritas apresenta o problema dos monossílabos, por não admitir uma letra para uma palavra acrescenta letras. O problema maior nessas duas palavras não está na escrita de Lucas e sim na escolha dessa palavra que não pertence ao grupo semântico supostamente iniciado.

A sondagem tem função  de ajudar o professor a se situar com relação ao percurso de aprendizagem de cada um de seus alunos por isso o professor deve saber o que dizem as escritas dos alunos buscar compreender o que está por trás de seus registros, seu pensamento, o que a escrita representa para ele, para assim poder planejar adequadamente as atividades e para poder organizar agrupamentos produtivos. Esse não é um instrumento que se possa utilizar só para avaliar, sim para conhecer mais o que os alunos pensam sobre a escrita. Antigamente a  lista era ditada para a classe toda e onde professores tentavam adivinhar o que a criança pensou ao escrever apenas a partir do que está escrito no papel, pode-se afirmar que a maioria dessas interpretações correspondem a invenções, sem qualquer valor diagnóstico  assim buscaremos chamar atenção quanto isso não faz sentido, quanto é importante saber como a criança está pensando.

d)     Como Lucas escreveu a palavra JABUTICABA é possível interpretar que ele esteja na hipótese  S.C.V.S.C? Por quê?  Não é possível dizer que esta Lucas está na hipótese S.C.V.S.C quando se olha para a escrita isolada, por isso importante olhar para conjunto de palavras. Também o que ajuda compreender melhor seu pensamento é o vídeo quando em vez de pronunciar JABUTICABA diz JABOTECABA, apresentando então sonoridade a sua escrita.

e)     A professora marcou uma menos hipótese por quê? Quais os problemas com essa prática? Temos percebido uma espécie de garantia de não cometer algum equívoco, o que pensamos que o que está por trás é a insegurança o que cai na falta de conhecimento sobre as características  das escritas dos alunos. Quando se tem essa prática alguns problemas são visíveis agrupamentos improdutivos e atividades inadequadas. Essa prática é bem comum no grupo então será importante fazer essa reflexão.

f)      Entendendo que o aluno esteja na hipótese silábica com valor sonoro, o que necessário  professora Flordinice fazer após essa sondagem para o aluno Lucas avançar?
Planejar atividades que possa avançar seus conhecimentos e também propor momentos de trocas entre alunos por meio de agrupamento com hipótese próxima. Durante o diálogo vamos perguntar quem arrisca dizer qual tipo de atividade seria  interessante para atender esse objetivo? Colher informações sobre o que eles pensam sobre atividades na alfabetização o que ajudará na próxima pauta. Essa atividade tem como propósito saber o que as professoras pensam sobre os agrupamentos e as dificuldades que tem na organização das atividades. Após a socialização não vou pontuar as dificuldades delas para serem trabalhadas durante as formações, outro investimento que esta sendo fortalecido no grupo é o uso da tematização da prática não só no grupo sim de forma individual. Achamos que será uma atividade que vai gerar bastante discussão, pois vemos que as atividades de agrupamentos não faz parte da metodologia de muitas delas.


Sistematização

Após a socialização sistematizar com o grupo a importância de pensar o diagnóstico como uma ferramenta que auxilia o professor no planejamento pois através da sondagem é possível saber o que sabem os alunos sendo possível a organização de agrupamentos produtivos.

Coffee break  15 min

Proposta 3. (30 min)
Tarefa (1 hora e 30 min) Planejar uma atividade em que o conteúdo seja a reflexão sobre o sistema da língua escrita desenvolver na sala de sala pensando nos alunos pré- silábicos, silábicos e alfabéticos. Depois  fazer um relatório sobre as aprendizagens dos alunos nessa atividade. Justifique se atividade atingiu todos os alunos que estão em diferentes hipóteses. Entregar para coordenadora a fim de ajudar a planejar a pauta de formação do próximo encontro.

Avaliação do encontro

·       Quais as aprendizagens evidenciadas no encontro de hoje. Quais as sugestões para o próximo encontro?



ANEXO 3




Um comentário:

Nina disse...

Olha ai, que bela discussãop ara um artigo! Animem-se, meninas, e mandem para a revista. E parabéns pelo trabalho.
Abraços
Silvana